André Luiz Miranda, de "Malhação", denuncia racismo contra filha de 2 anos
André Luiz Miranda, o Vinícius de "Malhação: Vidas Brasileiras", usou seu perfil no Instagram para fazer um desabafo a respeito de uma situação de racismo enfrentada pela filha, de 2 anos.
Segundo ele, a pequena foi rejeitada por outra criança no parquinho apenas por sua cor de pele e pela textura de seu cabelo. A menina em questão teria admitido a discriminação para o próprio ator.
Veja também
- Dani Ornellas, de "Malhação", faz queixa de injúria racial contra vizinha
- Ivo Meirelles denuncia racismo sofrido pela filha, Vitória, em loja no Rio
- "Disseram que uma negra não poderia ser atriz", diz Ruth de Souza, aos 97
"Depois de muito tempo, consegui chegar cedo do trabalho e resolvi descer e brincar com a minha filha de 2 anos no parquinho do prédio. Nos divertimos muito, ficamos horas brincando, até que, em um momento, ela me abandonou porque enxergou uma amiga de mais ou menos 4 anos acompanhada do irmão de 14. Logo notei uma coisa diferente no comportamento dessa criança", comentou André.
"Sempre fugindo da minha filha, sem emitir um som sequer e minha filha querendo muito a atenção dessa amiga. O irmão dessa menina foi jogar bola no campo ao lado e então éramos só nós três nesse parquinho. Minha filha o tempo todo querendo brincar e sempre rejeitada. [Em] um dado momento, uma terceira criança apareceu e logo o comportamento da menina mudou. Abriu um sorrisão, correu para abraçar, chamou para brincar e minha filha [ficou] ali isolada", relembrou.
O ator então decidiu confrontar a garota sobre o motivo para a rejeição.
"Vendo a tristeza da minha filha, me abaixei e perguntei porque ela não queria brincar com a minha filha. Eis que a criança de 4 anos respondeu: 'Pessoas do cabelo assim e, com essa cor, eu não gosto. Eu só brinco com pessoas brancas'. Perguntei se [essa ideia] era da cabeça dela ou se alguém já falou isso para ela. Ela me respondeu que era da cabeça dela".
André então refletiu sobre o impacto da fala da garota — que acredita, sim, ser uma reprodução de padrões antigos vistos na sociedade.
"Nessa hora, a minha perna ficou bamba, um aperto no coração e uma vontade de chorar ouvindo essas palavras saírem da boca de uma criança de 4 anos. O racismo é estrutural e reproduzido pelas crianças de forma assustadora. Mesmo não tendo consciência do conceito de raça, essa criança aprendeu alguns aspectos que estão na nossa sociedade: o cabelo e a cor da pele são características determinantes da diferença racial e isso motiva essas ações", explicou.
Ele, no entanto, reafirmou a importância de se posicionar. "Mas eu não posso fraquejar, isso me deixou mais forte pra poder lutar pelos meus, lutar por ela".
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.