"Entrei nas chamas para salvá-la", diz mãe de vítima do 'desafio do fogo'
Enquanto tirava um cochilo à tarde, a contadora americana Brandi Owens, de 35 anos, ouviu gritos no corredor de casa. Assustada, correu até a cozinha e, no meio do caminho, encontrou a filha em chamas. “Ela estava coberta por fogo, gritando, chorando e pedindo ajuda. Eu me desesperei. A primeira coisa que fiz foi tentar apagar o fogo com minhas próprias mãos. Entrei nas chamas para salvá-la e tentei rasgar as roupas dela. Nem percebi que havia queimado a mim também.”
Timiyah, de 12 anos, participou do desafio do fogo, nova moda perigosa que circula nas redes sociais entre crianças e adolescentes. O desafio envolve dois participantes. Um deles deve se molhar com álcool, enquanto o outro acende um fósforo e ateia fogo no parceiro. A ideia é queimar apenas uma pequena parte do corpo, mas, no caso de Timiyah, as chamas se espalharam.
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Entre os cinco filhos de Brandi, Timiyah, a segunda mais velha, é a mais carinhosa. “Ela não me dá trabalho nenhum, somos grandes amigas”, conta a mãe. “Ela é minha garotinha. Vamos juntas ao parque, conversamos sobre tudo. Eu confiava muito nela. Estou devastada.”
Foi o noivo de Brandi quem acudiu Timiyah. Ele abriu o chuveiro, encheu a banheira com água gelada e mergulhou a menina dentro. “Quando o fogo foi apagado, corri para o hospital com a minha filha. Enquanto dirigia, eu sentia uma mistura de coisas: raiva, medo e desespero”, afirma.
A estudante teve 49% do corpo queimado e passará meses no hospital. Segundo a mãe, a recuperação vai ser lenta e bastante cara. “Ela terá de passar, ainda, por quatro cirurgias. Eu não sei o valor exato do tratamento, mas sei que custará milhares de dólares. Fiz um financiamento coletivo e estou recebendo ajuda, mas não será suficiente. Não importa. Farei tudo para ver minha filha bem.”
Timiyah já abriu os olhos. “Ela está se recuperando, está melhor. Não posso dizer que está bem, mas está consciente. Ainda não tive coragem de perguntar o motivo pelo qual ela fez isso. Eu acredito que minha menina não tinha noção de que iria tão longe. Acho que ela só queria se divertir”, conta.
Brandi só soube que havia sido a filha quem causou o acidente por uma amiga. A menina estava na casa da família e ajudou Timiyah a atear fogo em si mesma. “O desafio pedia que ela molhasse parte do corpo com álcool e que outra pessoa acendesse um fósforo e ateasse fogo. Essa pessoa foi uma amiga da Timiyah, que está traumatizada com o que aconteceu."
Segundo a mãe, nos vídeos do desafio, as crianças queimavam apenas pequenas partes do corpo. “Acho que minha filha já tinha alguma substância inflamável no corpo, como perfume ou algum produto químico. Ela praticamente explodiu”, afirma.
A contadora diz que não tinha o hábito de checar o que a filha lia ou assistia no celular. “Ela tem só 12 anos, não pensei que pudesse ter acesso a situações perigosas com o celular. Mas errei. Aconselho todas as mães a acompanharem seus filhos e estarem por dentro do que eles andam procurando na internet. Esperar pode ser tarde demais.”
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