Médico diz que colegas mulheres ganham menos porque não trabalham tanto

Um médico americano afirmou que suas colegas de profissão têm o salário menor porque não trabalham tão duro. Seus comentários foram publicados no "Women in Medicine Issue" deste mês do "Dallas Medical Journal". Após enxurrada de críticas, ele tentou voltar atrás.

Gary Tigges, de 53 anos, fez o comentário num artigo em que foi citado relatório indicando que os salários dos médicos do sexo feminino chegavam a cerca de dois terços do valor de seus colegas homens.

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"Sim, existe uma diferença salarial", escreveu Tigges. "As médicas não trabalham tanto e não veem tantos pacientes quanto os médicos do sexo masculino, opinou ele.

Para Tigges, isso acontece porque elas escolhem, não querem se apressar ou trabalhar por longas horas. "Na maioria das vezes, sua prioridade é outra coisa ... Família, amigos, entre outros".

"Na edição Women in Medicine, Dr. Tigges é citado expressando sua visão misógina sobre suas colegas mulheres. O título da página é "Big and Bright Ideas", mas a sua (ideia) definitivamente não é brilhante. É assim que os homens se convencem de que a discriminação contra as mulheres está ok", escreveu uma internauta.

A comunidade médica feminina, claro, reagiu mal à atitude de Tigges.

"Esse tipo de opinião - de que as mulheres recebem menos porque são menos produtivas e distraídas por causa das suas obrigações familiares - não é sustentado pelos dados atuais. A disparidade salarial entre homens e mulheres não é “justa”. É discriminação", escreveu em sua conta no Twitter a médica Esther Choo.

Ao "The Dallas Morning News", o médico tentou recuar e esclarecer que a fala foi baseada em dados que havia lido.

"Minha resposta parece terrível e não reflete o que eu estava realmente tentando dizer. Eu não estou dizendo que as médicas devem receber menos, mas ganham menos por causa de outros fatores".