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Os Inocentes: como a falta de comunicação entre pai e filha estraga tudo

June (Sorcha Groundsell) em cena de "Os Inocentes", da Netflix - Divulgação/Netflix
June (Sorcha Groundsell) em cena de "Os Inocentes", da Netflix Imagem: Divulgação/Netflix

Luciana Bugni

Da Universa

02/09/2018 04h00

A série "Os Inocentes" tem um enredo fantástico: June (Sorcha  Groundsell) consegue assumir a forma de outras pessoas. O que é assustador ganha um ar de ternura graças à reação de Harry (Percelle  Ascott), seu namorado. Ele sabe mostrar afeto pela namorada mesmo quando ela está sob a forma de um grandalhão ruivo, barbado e apavorado. 

Mas embora a aventura, terror e suspense chamem a atenção, o curioso relacionamento da garota com  o pai, John (Sam Hazeldine) merece menção. Autoritário, ele nunca conta para a filha porque a mantém num tipo de cárcere privado: June só pode ir à escola e, ainda assim, é acompanhada por ele até a porta da sala de aula. Ela obedece, mas nem imagina o dom que tem e que esse é o motivo da preocupação exagerada do homem.

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O que pode gerar revolta como numa típica série de adolescentes, logo dá lugar à dúvida. Por que John parece um pai ruim e é ao mesmo tempo tão delicado ao preparar, por exemplo, o café da manhã da filha? Não precisa que a trama se desenvolva muito para percebermos, logo nos primeiros minutos do primeiro episódio, que o que falta ali é comunicação. 

Problema de várias famílias, a relação pai e filha é o fantasma que paira sobre os próximos episódios. Se tivessem conversado, talvez June não tivesse que passar por tudo aquilo. E mais: se John conhecesse a filha de fato, perceberia que Harry não era o tipo de namorado aproveitador que ele teme para o futuro da menina. O rapaz está mais para genro de ouro mesmo - e talvez seja essa parceria que resolva o perrengue onde eles se enfiaram.


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