13 práticas do sadomasoquismo que você nem imagina que existiam
Desde que a trilogia best-seller "Cinquenta Tons de Cinza", o universo do sadomasoquismo passou a ser visto com outros olhos. Com doses generosas de romance, a relação entre Anastasia Steele e o milionário Christian Grey despertou a curiosidade sobre o uso de algemas, chicotes, vendas e, claro, sobre a linha tênue que determina os limites entre o prazer e a dor.
Só que Ana e Christian ajudaram a descortinar apenas uma pífia parte do amplo e complexo mundo dos praticantes do sadomasoquismo. Se a oferta de produtos vista em sex shops proporciona uma leve ideia do que quem curte o S&M pode fazer, na hora de colocar tudo em ação a imaginação alça voos altos, muito altos.
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Engana-se, porém, que trata-se de uma espécie de "terra sem lei", onde tudo é possível e permitido. Não é. Os praticantes seguem regras rígidas para suas práticas e não há risco de morte para ninguém. Uma das normas é que tudo deve ser consensual entre os envolvidos e combinado previamente. Outra, também importantíssima, é que os limites onde cada um é capaz de ir precisam ser respeitados. Se alguém sente incômodo ou dor além do suportável, deve falar uma espécie de "senha de segurança", uma palavra que indica que o outro deve parar na hora aquilo que está infligindo.
Sadomasoquismo, segundo especialistas, é uma parafilia --forma de obter desejo, excitação e prazer (que nem sempre envolve penetração ou sexo de fato) de maneira incomum, pelo menos para a maioria. Embora as práticas listadas a seguir pareçam estranhas, não se tratam de perversão sexual nem de doença, mas de variações sexuais diferentes. A maioria envolve duas pessoas --uma assume o papel de dominador(a) e a outra de submisso(a), podendo alternar ou não as funções.
1. Controle do uso do banheiro
Consiste em trancar o cômodo pelo lado de fora, tomando o cuidado de esconder a chave, para impedir que o par faça necessidades fisiológicas. Para alguns praticantes, é excitante ver o par segurar a urina ou as fezes até não aguentar mais --em alguns casos, quem passa o aperto também sente prazer na prática.
2. Bancar o motorista
É um papel assumido por quem está na condição de submisso, em geral com uniforme. Há regras claras para a brincadeira, como não olhar nos olhos do patrão ou da patroa sob o risco de receber um castigo.
3. Castigo no "cantinho da disciplina"
Assim como alguns especialistas em pediatria recomendam a prática de fazer a criança refletir num cantinho sobre algo errado que ela fez, o castigo também é adotado por sadomasoquistas. O fator motivador da punição depende de algum combinado dos envolvidos e pode fazer parte de algum roleplay de professor/aluno ou mestre/aprendiz, por exemplo.
4. Obediência para se vestir e comer
Quem assume a condição de submisso deve usar as roupas e comer os alimentos que o dominador determinar. O dominador pode ou não se encarregar de colocar as peças ou de dar comida na boca do outro. Esse jogo é praticado em público ou na intimidade.
5. Servir de cachorro ou cavalo
Com acessórios que vão de selas a arreios, passando por chicotes e pratos cheios de ração, um banca o animal de estimação do outro, fazendo sons, obedece.
6. Mumificação com papel filme
A imobilização é uma prática importante para os adeptos do S&M. Há recursos como cordas, fita adesiva, corda de varal, camisa de força e até papel filme. Nesse caso, os praticantes sempre tomam o cuidado de não limitar a respiração (nariz e boca não são cobertos) nem a circulação da pessoa que será imobilizada.
7. Servir de cinzeiro
Imóvel em um canto da casa ou não, a pessoa-cinzeiro deve ficar quieta, parada, enquanto a outra fuma e joga as cinzas nela.
8. Prender em armário ou jaula
Assim como o "cantinho", também é uma forma de punição. As sex shops especializadas em S&M tem compartimentos específicos com a proposta de deixar o submisso preso.
9. Negação do orgasmo
Significa provocar ao máximo, seja com sexo oral, vaginal ou anal, e, ao perceber que o outro está quase gozando, parar tudo.
10. Nudez forçada
Em casa ou em público --em festas e encontros organizados por adeptos-- é uma forma de impor uma humilhação ao submisso. Alguns usam apenas uma coleira, que pode ou não ter o nome do "dono".
11. Infantilismo
É, literalmente, infantilizar o outro. Fraldas, macacões, mamadeiras, bichos de pelúcia e outros apetrechos fazem parte desse roleplay em que um "interpreta" uma criança (em geral, bem pequena) e o outro ocupa a função de cuidador.
12. Fazer parte de um harém
A tortura psicológica e a "quebra de identidade" em diferentes níveis também são ações que proporcionam prazer aos entusiastas do S&M. Lembremos: tudo é combinado antes e consensual. É comum, em quem adota o S&M como um estilo de vida e não como tema sexual eventual, que alguns dominadores e dominadoras tenham mais de um submisso ou submissa --ou seja, um harém. Às vezes as práticas acontecem com vários(as), em outras somente com um(a). Em festas e encontros específicos costumam ocorrer "leilões" ou trocas de submissos entre os mestres.
13. Adoração de pés
Como a podofilia é um fetiche recorrente entre os praticantes de S&M, muitos adeptos usam os pés para os jogos sexuais. Essa adoração é literal: o(a) submisso(a) se ajoelha diante dos pés do dominador ou da dominatrix e os reverencia. Os pés podem estar nus ou calçados --geralmente com botas ou sapatos de salto do tipo agulha.
FONTE: Oswaldo Martins Rodrigues Jr., terapeuta sexual, diretor do Instituto Paulista de Sexualidade (Inpasex) e autor do livro "Parafilias - Das Perversões às Variações Sexuais" (Zagodoni Editora)
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