4 reflexões que podem ajudar você a entender melhor o seu ciúme
O ciúme é uma emoção, portanto não podemos controlar se vamos senti-lo ou não. Mas podemos controlar o comportamento, ou seja, a forma como vamos lidar com ele, diz a psicóloga clínica Julia Bittencourt, do Rio de Janeiro (RJ). Antes, é importante checar se ele tem fundamento ou não, seja avaliando os próprios pensamentos ou as atitudes do par.
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Algumas ponderações podem indicar caminhos. Reflita sobre elas:
1. O ciúme do início da relação
Em início de relacionamento, é natural sentir ciúmes. Um não conhece o outro direito e a convivência a dois é um terreno ainda pouco explorado. "É uma fase de muita expectativa e dúvidas, o que pode impulsionar atitudes pouco saudáveis para relação, como forma de conquistar a tão sonhada segurança afetiva", fala Cinthia Santiago, psicóloga clínica do Rio de Janeiro (RJ).
Dica: pergunte o que quer saber e tente investigar se o ciúme tem mesmo a ver com as atitudes do par ou se é fruto de alguma insegurança sua.
2. Experiências anteriores
As experiências passadas podem ajudar a moldar o ciúme numa relação atual. Por exemplo, se o seu ex era do tipo que olhava para a mulherada mesmo ao seu lado, é possível que você se sinta insegura e com receio de que o par atual aja da mesma forma.
Segundo Cinthia, o ciúme é sempre experimentado de forma singular, que traz como pano de fundo nossas experiências anteriores. Infelizmente, a maioria das pessoas leva para as novas relações resquícios de situações inacabadas", afirma.
Dica: de acordo com a psicóloga e terapeuta de casal Sandra Samaritano, de São Paulo (SP), esse padrão pode ser rompido através do autoconhecimento.
"Tente reescrever suas vivências do relacionamento anterior trabalhando o mecanismo de 'identificação projetiva', ou seja, tomando consciência de que o passado pertence ao passado e, assim, evitando sentir e repetir o que passou na relação atual", diz.
3. Ciúme natural X ciúme patológico
O ciúme está presente na maioria dos relacionamentos, porém, existe uma grande diferença entre o patológico (ou doentio) e o saudável. Compreender essa diferença é fundamental para perceber se o relacionamento está trazendo benefícios para sua vida e se você precisa de ajuda para lidar com as suas emoções.
Dica: entenda que o ciúme doentio é excessivo e busca aprisionar o par no relacionamento.
"O ciúme saudável não atrapalha a convivência. Trata-se de cuidado, afeto e medo de perder o par, mas sem querer tirar sua liberdade", explica o psicólogo Yuri Busin, diretor do CASME (Centro de Atenção à Saúde Mental Equilíbrio), de São Paulo (SP).
Ainda de acordo com o especialista, a pessoa que sente um ciúme saudável não fica imaginando que o parceiro está traindo, só tem receio de que ele o faça. Essa é uma diferença fundamental. "Além disso, o ciúme saudável dificilmente gera brigas, mas conduz a conversas sobre o que está ocorrendo", completa.
4. É ciúme, mesmo?
Há sensações que parecem ciúme, mas não são. Na opinião de Cinthia, muitas vezes a comunicação entre o casal está “truncada”, e por falta de diálogo, os sentimentos podem ser confundidos, principalmente, quando um dos dois já atravessou momentos desconfortáveis com parceiros anteriores.
E mais: o ciúme também pode mascarar algo que você sente intimamente, mas sequer tem coragem de admitir para si mesma. Exemplos? Você sente tesão por um colega de trabalho e projeta isso no par, enchendo a paciência por conta das amizades dele.
Ou, ainda, você vem passando por uma fase em que sua autoestima anda abalada, por causa de problemas no trabalho ou crises familiares, e, confusa, acaba extrapolando nas cobranças em cima do namorado.
Dica: mais uma vez, o autoconhecimento é primordial para entender e elaborar as próprias emoções. Procure separar o que é real do que é fantasia e tente impedir que questões suas que necessitam de um olhar mais atento prejudiquem a relação.
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