Grupo "Mulheres Unidas Contra Bolsonaro" no Facebook é hackeado e sai do ar
Na noite do último sábado (15), o grupo “Mulheres Unidas Contra Bolsonaro” no Facebook, criado há cerca de duas semanas com mais de 2 milhões de participantes, foi hackeado e teve seu nome alterado para “Mulheres com Bolsonaro #17”.
Além do nome, a página contra o candidato à presidência Jair Bolsonaro, do PSL, teve também a foto de capa alterada e as administradoras oficias excluídas. Tais mudanças foram feitas pelo usuário que usava o nome de Carlos Shinok em seu perfil na rede social; por volta das 20h30m.
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"O grupo foi temporariamente removido após detectarmos atividade suspeita. Estamos trabalhando para esclarecer o que aconteceu e restaurar o grupo às administradoras", informou o Facebook, que tirou a página do ar após o ocorrido.
Consequências da invasão
A alteração do nome veio acompanhada ainda de ameaça às moderadoras e publicações com discursos de ódio contra o posicionamento político delas; após vários homens terem sido adicionados à página fechada como consequência do ataque cibernético.
Além disso, a invasão fez também com que algumas mulheres deixassem o grupo devido a confusão causada pela alteração do nome e das informações sobre seu intuito na rede social.
Resposta ao ataque
Em outros grupos no Facebook, criados em resposta à invasão, moderadoras responsáveis pela manutenção da página original se manifestaram na rede social, reafirmando o teor “criminoso” da invasão.
“O grupo Mulheres Unidas contra Bolso.naro (que em 1 semana juntou mais de 2 milhões de mulheres) acaba de ser hackeado. Um sujeito entrou, retirou as moderadoras do comando e mudou o nome do grupo para Mulheres com Bolso.naro. Isso não é uma brincadeira, isso é criminoso. Revela como tratam nossos corpos e invadem nossos espaços, extirpam a nossa voz.
Já somos 2.200.000 mulheres contra o tal candidato! Mulheres do Brasil inteiro tomam posição política contra o preconceito e discriminação, como pauta política, representada por um deputado de extrema direita, com pautas Nazifascista contra a diversidade de pensamentos na sociedade brasileira. Mulheres negras, brancas, indígenas, socialistas, capitalistas, de centro, evangélicas, católicas, umbandistas, budistas, islâmicas, ateias, etc unidas contra o retrocesso!”
Denúncia por crime cibernético
Em outra publicação, uma das moderadoras afirmou que o hacker e a namorada, que teria ajudado na ação, já foram identificados e serão denunciados na Polícia Federal pelo ato.
"O grupo original não foi excluído. Está arquivado e as administradoras estão fazendo a limpeza. O invasor e a namorada (ajudante) já foram identificados e denunciados na Policia Federal por crime cibernético", escreveu.
Mobilização virtual
Outro ponto citado pela moderadora foi o uso da hashtag #EleNão, que foi denunciada por opositores à página como spam. Por isso, foi criado então a #EleNunca, que já alcançou o primeiro lugar entre os tópicos mais falados no Twitter.
Já na manhã desse domingo (16), a hashtag #MulheresContraBolsonaro ganhou impulso entre os internautas e se tornou o assunto mais discutido na rede.
Eduardo Bolsonaro e as fake news
O filho do candidato à presidência usou seu Facebook no último sábado (15) para desqualificar a formação do grupo “Mulheres Unidas Contra Bolsonaro”.
O político afirmou que a página inicialmente era de teor cômico e teve o seu nome alterado contra o pai, Jair Bolsonaro. No entanto, a informação foi desmentida pelo próprio porta-voz do Facebook, que atestou o fato dela ter sido iniciada do “zero”, no dia 30 de agosto.
A publicação de Eduardo Bolsonaro reuniu diversas mulheres nos comentários, que ressaltaram a deturpação dos fatos feitas por ele, que chegou a citar pejorativamente o conceituado jornal britânico “The Guardian”.
A Universa tentou contato com a administradora do grupo original, a publicitária Ludmilla Teixeira, mas ainda não obteve resposta.
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