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Mulheres recuperam grupo contra Bolsonaro no Facebook após ataque de hacker

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Imagem: Reprodução/Facebook

Da Universa

16/09/2018 13h32

No começo da tarde deste domingo (16), o grupo "Mulheres Unidas Contra Bolsonaro" retomou as suas atividades normais depois de ter sido invadido por um hacker na noite do ultimo sábado (15). Segundo um porta-voz do Facebook, o grupo foi temporariamente removido durante a madrugada e o início do dia. "Detectamos atividades suspeitas. Estamos trabalhando para esclarecer o que aconteceu e restaurar o grupo às administradoras", afirmou a rede social à Universa.

No fim do dia, o grupo foi reativado. "A página foi restaurada e devolvido às administradoras". Questionado sobre quem seria o responsável pelo hackeamento da conta, o Facebook preferiu não se manifestar. A privacidade do grupo foi alterada de Fechado para Secreto — isso significa que só membros podem encontrá-lo e acessá-lo.

Além de ter o nome alterado para "Mulheres com Bolsonaro #17", a página contra o candidato à presidência Jair Bolsonaro, do PSL, teve a foto de capa alterada e as administradoras oficias excluídas.

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As alterações feitas no grupo, que tem 1,4 milhão de mulheres (mais 1,1 milhão de convidadas que ainda não aceitaram o convite para participar), fizeram com que o Facebook notasse suspeitas de um ataque cibernético, e o arquivasse temporariamente a pedido de Ludmilla Teixeira, proprietária do grupo, o que posteriormente foi confirmado.

"O grupo foi restaurado e devolvido às administradoras", disse o porta-voz da rede social no início da tarde deste domingo (16). O colunista do UOL, Leonardo Sakamoto, também escreveu sobre o ataque, o qual alegou ter sido um 'atestado de burrice'.

Bolsonaro - Reprodução/Facebook - Reprodução/Facebook
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Consequências da invasão

Invasão do grupo no Facebook - Reprodução/Facebook - Reprodução/Facebook
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A alteração do nome veio acompanhada ainda de ameaça às moderadoras e publicações com discursos de ódio contra o posicionamento político delas; após vários homens terem sido adicionados à página fechada como consequência do ataque cibernético.

Além disso, a invasão fez também com que algumas mulheres deixassem o grupo devido a confusão causada pela alteração do nome e das informações sobre seu intuito na rede social.

Resposta ao ataque

Em outros grupos no Facebook, criados em resposta à invasão, moderadoras responsáveis pela manutenção da página original se manifestaram na rede social, reafirmando o teor "criminoso" da invasão.

"O grupo Mulheres Unidas contra Bolso.naro (que em 1 semana juntou mais de 2 milhões de mulheres) acaba de ser hackeado. Um sujeito entrou, retirou as moderadoras do comando e mudou o nome do grupo para Mulheres com Bolso.naro. Isso não é uma brincadeira, isso é criminoso. Revela como tratam nossos corpos e invadem nossos espaços, extirpam a nossa voz.

Já somos 2.200.000 mulheres contra o tal candidato! Mulheres do Brasil inteiro tomam posição política contra o preconceito e discriminação, como pauta política, representada por um deputado de extrema direita, com pautas Nazifascista contra a diversidade de pensamentos na sociedade brasileira. Mulheres negras, brancas, indígenas, socialistas, capitalistas, de centro, evangélicas, católicas, umbandistas, budistas, islâmicas, ateias, etc unidas contra o retrocesso!"

Leia também: Ataque à página "Mulheres Unidas contra Bolsonaro" foi atestado de burrice

Denúncia por crime cibernético

Em outra publicação, uma das moderadoras afirmou que o hacker e a namorada, que teria ajudado na ação, já foram identificados e serão denunciados na Polícia Federal pelo ato. O perfil do invasor foi identificado como Eduardo Shinok.

"O grupo original não foi excluído. Está arquivado e as administradoras estão fazendo a limpeza. O invasor e a namorada (ajudante) já foram identificados e denunciados na Policia Federal por crime cibernético", comunicou-se antes do grupo ser recuperado.

Mobilização virtual

Outro ponto citado pela moderadora foi o uso da hashtag #EleNão, que foi denunciada por opositores à página como spam. Por isso, foi criado então a #EleNunca, que já alcançou o primeiro lugar entre os tópicos mais falados no Twitter.

Já na manhã desse domingo (16), a hashtag #MulheresContraBolsonaro ganhou impulso entre os internautas e se tornou o assunto mais discutido na rede.

Eduardo Bolsonaro e as fake news

Eduardo Bolsonaro - Reprodução/Facebook - Reprodução/Facebook
Imagem: Reprodução/Facebook

O filho do candidato à presidência usou seu Facebook no último sábado (15) para desqualificar a formação do grupo "Mulheres Unidas Contra Bolsonaro".

O político afirmou que a página inicialmente era de teor cômico e teve o seu nome alterado contra o pai, Jair Bolsonaro. No entanto, a informação foi desmentida pelo próprio porta-voz do Facebook, que atestou o fato dela ter sido iniciada do "zero", no dia 30 de agosto.

A publicação de Eduardo Bolsonaro reuniu diversas mulheres nos comentários, que ressaltaram a deturpação dos fatos feitas por ele, que chegou a citar pejorativamente o conceituado jornal britânico "The Guardian".

Páginas pró-Bolsonaro

A reportagem também apurou o surgimento de grupos a favor de Bolsonaro na rede social. O grupo "Mulheres com Bolsonaro #17 (OFICIAL)" tinha cerca de 680 mil membros que receberam convite e aceitaram participar das discussões. Além desse, outros grupos menores também constam no índice da rede social.