Por que você não deve deixar seu filho fazer slime em casa
Ela parece inofensiva. E você mesmo se lembra de ter brincado com uma gosma meio fedorenta dessas quando era criança. O tal do “slime” de hoje é a geleca de ontem repaginada para a época do “faça você mesmo”. Ou melhor, para a era do DIY (de “do it yourself” termo em inglês para faça você mesmo, que é moda na internet).
A febre da geleca caseira começou no ano passado e ainda está em alta por aqui. Tanto que são inúmeros os vídeos e canais em redes sociais com tutoriais, até de gente famosa, como o apresentador de TV Celso Portiolli. E a ideia é mesmo boa: fazer artesanato e brincadeiras que mexam com as mãos são um estímulo ao desenvolvimento motor e à criatividade das crianças. O problema é que os ingredientes usados para fazer a gosma podem não ser seguros.
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Além de cola branca e de corantes, que são itens facilmente disponíveis em versões atóxicas, o slime precisa de ativadores para dar a consistência mais gelatinosa no brinquedo. Os mais comuns são bórax e água boricada, mas há quem use espuma de barbear, bicarbonato de sódio, talco de pé, sabão para roupas (líquido ou em pó).
Na brincadeira de fazer a massaroca em casa, algumas crianças sofreram queimaduras nas mãos, como aconteceu no ano passado com crianças nos Estados Unidos e na Inglaterra. Na época, entidades americanas de defesa do consumidor explicaram que o bórax é um ingrediente comum em produtos de limpeza, inclusive para lavar roupas, mas isso não faz dele seguro para outros fins.
Em nota oficial, Carlos Augusto Mello da Silva, presidente do Departamento Científico de Toxicologia da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), concorda e explica por que não se deve arriscar, mesmo que a criança já tenha feito receitas em casa e não tenha tido problemas. “A manipulação de produtos químicos, como água oxigenada, ácido bórico, entre outros, no ambiente doméstico e por crianças, é extremamente perigosa e traz risco de intoxicação, que pode ser grave, dependendo da dose e da concentração encontrada no produto utilizado. As famílias devem ser alertadas para não permitir que as crianças ‘fabriquem’ ou manuseiem ‘gelecas’ ou qualquer outro produto contendo substâncias químicas em concentrações desconhecidas.”
O melhor a fazer é comprar o produto pronto, com selo do Inmetro e indicação etária, que garante que testes foram feitos para que seja seguro para as crianças. Ou então escolher receitas como a velha massinha de farinha de trigo ou outras só com ingredientes comestíveis.
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