Aos 23 anos, Precious Solana Adams tem conquistado um espaço relevante em uma das principais companhias de balé do mundo, a English National Ballet. Em entrevista ao "Evening Standard", a bailarina diz, porém, que o fato de ser negra ainda encontra obstáculos no mundo da dança.
Um detalhe, que pode parecer pequeno para quem não está no palco, simboliza o mundo da dança ainda pouco diversificado e disposto a se abrir para todas as etnias: a meia-calça usada pelas bailarinas, sempre rosa-bebê.
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"Quando eu era estuante, não pensava sobre o uniforme -- eram só meias-calças e sapatilhas rosa. Depois que me tornei profissional, minha roupa não fazia mais sentido. Muda a estática -- você quer uma continuidade entre a parte de cima e debaixo e isso não acontece quando eu coloco a meia-calça", justifica sua oposição.
Precious conta que poucos a apoiam nessa iniciativa. "Eles falam 'mas meia-calça rosa é o como o balé é. As pessoas têm ideias fortes com tradição. Eles acham que eu usar uma meia-calça marrom com um tutu é de alguma maneira 'incorreto' Mas quero ficar bonita no palco. Não sou daltônica e acredito que isso arruína a linha do meu corpo", afirma.
Segundo a bailarina, na companhia de Londres ela conta com a ajuda e apoio da diretora Tamara Rojo. "Eles estão debatendo. Os tempos mudaram e é natural que estas coisas sejam questionadas", conta.
A questão racismo sempre permeou a carreira de Precious, que há cinco anos foi personagem de uma matéria do "The Moscow Times" que dizia que a cor de sua pele a impedia de conquistar melhores papéis. Na ocasião, um professor teria sugerido até que ela clareasse a pele.
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