Exposição em SP mostra corpo feminino de maneira incomum
Não espere ver pinturas de corpos femininos nus, daqueles clássicos, na exposição “Mulheres Radicais”, na Pinacoteca, em São Paulo. Em algumas obras, as mulheres até estão peladas, mas o objetivo é outro.
A intenção das imagens é mostrar o corpo da mulher, em partes ou no todo, e questionar, justamente, por que, na história da arte, mulheres são pintadas apenas para serem apreciadas.
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Nas mais de 280 obras, que são fotos, desenhos, vídeos e pinturas, há contestação e questionamento para tirar o espectador dessa posição passiva.
As imagens foram produzidas entre 1960 e 1985, época de ditaduras na América Latina e, também por isso, têm em uma intenção política. Entram ali críticas à censura, à militarização do Estado e ao silenciamento de mulheres - que, na época, deveriam apenas cumprir seu papel de donas de casa.
Algumas obras estão lá para chocar, como a que a língua de uma mulher aparece dentro de uma máquina de escrever. Uma metáfora tão bela quanto aflitiva.
Outras são autodescritivas, como as fotos de uma mulher com uma máscara de lutadora mexicana dando de mamar a um bebê e se maquiando. “A luta dupla” é o nome da obra.
Outras, são bonitas, como a tríade de quadros com pequenas formas pretas ao centro, que podem lembrar uma maçã cortada ao meio ou uma vulva.
A exposição fica em cartaz na Pinacoteca até o dia 19 de novembro.
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