Ela teve a ideia de alugar os próprios vestidos de festa e virou empresária
O trabalho em marketing exigia que Marina Guazzelli, 29 anos, participasse de muitos eventos organizados pela empresa onde era empregada. A necessidade frequente por novos trajes de festa a fez optar pelo aluguel. Após perceber que a maioria dos vestidos que encontrava estavam desgastados, com valor alto e que o atendimento das lojas deixava a desejar, ela resolveu criar sua própria empresa no setor. Sem dinheiro para dar início ao projeto, teve de buscar alternativas para concretizar seu sonho. Pediu as amigas vestidos emprestados para alugar e abriu a Paetê Closet. Hoje, a empresa já possui duas lojas e, em 2017, faturou R$ 130 mil. Para este ano, a previsão é de gerar negócios no valor de R$ 600 mil.
Natural de Santo André, região metropolitana de São Paulo, Marina tinha 27 anos quando resolveu mudar mais uma vez sua história profissional. Formada em relações internacionais, foi no marketing digital que ela se encontrou depois de uma pós-graduação na área. O cargo de coordenadora de marketing em uma grande empresa de cartões de crédito fez com que ela se tornasse cliente frequente das lojas de aluguel de vestidos de festa. "As inúmeras experiências frustrantes enquanto cliente me fizeram enxergar uma oportunidade. Imaginei uma loja onde a compradora recebesse um atendimento totalmente personalizado de acordo com suas necessidades", diz.
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Não só a frustração foi responsável por acender uma luz na cabeça de Marina. Seus hábitos contribuíram para que ela enxergasse o ramo com outros olhos. "Eu tenho um estilo de vida consciente há algum tempo, é algo que me interessa muito, por isso não queria comprar vestidos de festa, apenas alugar". Ela conta que é adepta do armário-cápsula. Trata-se de um novo conceito da moda onde o guarda-roupa compacto permite criar inúmeras combinações com poucos itens. Além de economizar tempo na hora de se vestir, a nova prática ajuda a evitar o consumo impulsivo.
Embora a ideia já estivesse bem formatada por Marina, faltava o principal: dinheiro para dar vida ao projeto. Diante dessa dificuldade, Guazzelli teve a ideia de reunir os vestidos das amigas e colegas de trabalho e começar a locá-los. Em troca, ela fornecia uma comissão em cima de cada aluguel para as donas das peças. "Publiquei a proposta na minha página pessoal do Facebook e já no primeiro fim de semana consegui selecionar 200 vestidos", conta.
Sem local para expor os modelos e sem recursos para abrir uma loja, ela precisou pedir um espaço emprestado na casa da tia que morava ao lado. "Ela me deixava usar a sala, que virou recepção, e dois quartos que serviram como provador. Trabalhei sozinha durante um ano nesse esquema e os ajustes necessários eram feitos pelas costureiras do bairro", lembra.
O começo foi difícil, pois Marina precisou fazer dupla jornada, mantendo seu trabalho como coordenadora de marketing durante a semana e atendendo na Paetê Closet aos sábados. Só após atingir um número considerável de clientes, dois meses depois, Marina largou o antigo trabalho para se dedicar 100% a sua marca.
Com dois anos de vida, a Paetê aluga, em média, 100 peças por mês, e a empresa já conta com duas unidades na região metropolitana de São Paulo: Santo André e Mauá. Hoje, quase todo o estoque foi renovado e 90% dos produtos são da loja, com parte deles desenhados pela própria Marina, com auxílio de uma modelista.
Embora tenha 10% do estoque formado ainda pelos antigos vestidos das amigas, o conceito de alugar modelos compartilhados por outras pessoas continua ativo. No site da marca, qualquer mulher pode sugerir seu próprio vestido enviando uma foto por e-mail e, caso aprovado, a pessoa recebe uma comissão de 40% em cima do valor do aluguel.
Mariana credita boa parte do sucesso da sua marca a dois fatores: o atendimento e o marketing digital. "As meninas que atendem são especializadas e ajudam não somente na escolha do vestido como auxiliam nos acessórios, cabelo e maquiagem. Ainda hoje não tem na região atendimento assim". E complementa: "O marketing digital também me ajudou a sair na frente dos concorrentes, que até hoje não são muito digitais. Atualmente, 70% das clientes que fecham negócio vêm pelas redes sociais ou site".
A coragem de largar o alto cargo que havia conquistado se mostrou uma decisão acertada. Atualmente, ela tira para si cerca de quatro vezes o antigo salário e tem planos para expandir a marca por meio de franquias. Além disso, o leque de ofertas já está crescendo e as lojas estão oferecendo até mesmo vestidos de noiva.
"Para a Paetê Closet não se trata apenas de vestidos de festa, mas, sim, de fazer com que mulheres se sintam especiais em celebrações importantes para elas, onde ciclos se fecham e outros de iniciam. Nessas ocasiões, o vestido certo pode dar a elas um poder que não é mensurável, mas é completamente visível", conclui.
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