É possível ser feliz sozinha: mulheres de mais de 40 anos contam como
Será mesmo que solteirice e felicidade não combinam? Combinam, sim. Uma pessoa não necessariamente precisa de um companheiro(a) para se realizar. Isso porque o estado de contentamento e satisfação pode vir de projetos realizados, amizades, conquistas e por aí vai. “Não podemos colocar nossas perspectivas de felicidade todas focadas em um relacionamento amoroso. A sua felicidade nas mãos de outra pessoa é algo preocupante”, comenta a psicóloga Lívia Marques.
Para Lívia, a felicidade é um processo composto por etapas da vida e nas situações do dia a dia. “Desta construção de possibilidades e sonhos temos muito caminho até se chegar ao sucesso”, diz.
Só e em boa companhia
Culturalmente, não gostamos de fazer certos programas sem companhia. “Acha-se que esses passeios devem ser feitos a dois ou com amigos. Mas qual seria o problema de fazermos isso?”, questiona a psicóloga. Na verdade, não há nenhum --e pode ser bacana curtir um momento só seu.
É o caso da securitária Flávia Baronesa, 43 anos, solteira desde 2014. Porém, foi aos 20 que entendeu que estar sozinha pode ser delicioso. “Descobri quando fui ao cinema sozinha pela primeira vez. Queria muito ver um filme e ninguém podia ir na ocasião. Aí, saí do trabalho, comprei meu ingresso, sentei, vi meu filme e fui embora”. A experiência, ela confessa, foi diferente. “Não tem aquele debate, aquela conversa gostosa depois da sessão, mas ficou tudo tão gravado em mim, que achei muito legal fazer as coisas sozinha”.
E marcou tanto que a paulistana passou ir a shows e baladas. Daí em diante, conheceu novos amigos, visitou cidades, conheceu lugares...“Está tudo bem com a minha própria companhia. Sou uma boa amiga para mim mesma”. O único problema que Flávia encontra é o sexo: “É o momento em que mais sinto vontade de ter alguém. O resto eu me viro”.
No caminho certo
A designer Sheila Martinez, 41 anos, ainda não consegue ir ao cinema sozinha, por exemplo, mas curte seus momentos “solitários”. Quando frequenta baladas e shows, comumente está acompanhada das amigas ou da filha, Marina, de 17 anos. “Tem várias coisas que quero fazer e descobrir. Vejo que sempre dependo de alguém, mas tudo bem”, comenta.
Divorciada há 12 anos, seu relacionamento com o ex durou seis. Do término para cá, teve alguns envolvimentos amorosos, mas não trocou sua liberdade por nenhum deles. “É maravilhoso ser sozinha. Cada vez mais, me descubro mais feliz de ter meu espaço. Amo chegar em casa e ouvir meu som, trabalhar, ter as minhas coisas e ninguém pegando no meu pé”, comenta.
Todavia confessa que sente falta de uma companhia. “No domingão, às vezes bate aquela pontadinha: ‘putz, queria ter alguém’. Mas não vivendo comigo, pois gosto muito de como minha vida funciona. Acho essa liberdade ‘mara’. Pesa mais a favor do que os momentos que você se sente só mesmo”.
A psicóloga Lívia comenta que as pessoas confundem sentimentos normalmente e acabam associando certas atividades a uma rotina de casal. “Na verdade, podemos realizar esses programas independentes de estarmos com outro ou não. Basta você estar bem consigo”.
Amor próprio é tudo
“O meu problema é que eu gosto muito de mim”, diz a produtora Patrícia Barretos, 48 anos. Amante de ciclismo e de cinema, a paulistana tem uma vida agitada. Sua agenda se divide em baladas, shows, exposições, trabalho e muito pedal! Seu último namoro foi há dez anos e, segundo Patrícia, aconteceram por acaso. “Tenho muitos amigos e acho que a grande questão é não se sentir solitária. Isso nunca tive!”
Aos 30 anos, ela foi morar sozinha. Na época, namorava e quando todos seus amigos achavam que eles iam viver juntos, veio a negativa dela. “Não deu, adoro ter meu espaço. Gosto de sair quando quiser, volto quando bem entender e de viajar sem precisar conciliar agenda. Todos meus namoros foram muito por acaso”.
Por falar em viagem, a produtora adora conhecer países na própria companhia. Já foi para Londres, Paris, Barcelona, Amsterdã, Berlim, Lisboa, Porto, Memphis, Miami, New Orleans, Tokyo e Kyoto. “Eu amo viajar sozinha. Geralmente, não faço amizades. Acho que vejo melhor a cidade e, como falo muito, é uma oportunidade de praticar o silêncio”, conta.
Quando o assunto é futuro, Patrícia afirma também não viver em busca de um novo relacionamento. “Claro que é bacana ter alguém, mas não entro em app, nada disso. Quando aparecer um cara interessante, vamos nessa”. E como conselho para mulheres que querem viver bem sozinha, ela diz: “Sugiro o clichê dos clichês: aprenda a se gostar antes de tudo!".
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