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Mulheres protagonizam um mundo em evolução


Ludmilla abre jogo sobre insegurança e relembra ataque: "Neguinha macaca"

Reprodução/instagram/ludmilla
Imagem: Reprodução/instagram/ludmilla

Da Universa

26/10/2018 14h42

Um dos nomes mais fortes da música brasileira atual, Ludmilla abriu o jogo sobre sua insegurança e relembrou ataques racistas que sofreu no início da carreira.

Em entrevista à revista “Quem”, a cantora diz ser a “mulher mais insegura do planeta Terra” e contou que sempre que vai postar uma foto em suas redes sociais vira alvo de sua própria autocrítica; algo com o que ela aprendeu a lidar com o tempo.

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“Se eu vou postar uma foto no Instagram, fico olhando para aquela foto mais de duas horas, reparando e pergunto para todo mundo o que eles acham. Para postar a minha foto mais curtida do Instagram, que eu ganhei mais de um milhão de curtidas, eu estava muito insegura (...) Não sou essa mulher confiante que aparento ser”, disse ela, que afirmou ter visto tudo mudar quando começou a elevar sua autoetima.

No bate-papo, Ludmilla falou também sobre como é ser uma inspiração para as jovens negras, que vêm ganhando representatividade maior na mídia recentemente.

“O pensamento padrão era o de que mulher negra não podia usar cabelo colorido, nem liso... Eu vim mudando isso tudo. As crianças e adolescentes quando me encontram falam que querem ter o cabelo igual ao meu”, comentou ela, relembrando ainda um episódio envolvendo Giovanna Ewbank e a filha, Titi. “A Titi não queria ir à escola por causa do cabelo. Daí, a mãe dela mostrou uma foto minha e falou: ‘O cabelo da Ludmilla é igual ao seu. Você não acha a Ludmilla bonita?’. Ela respondeu que 'sim' e foi convencida a ir para a escola. Então, fico bem feliz com isso.”

Por fim, a voz de “A Danada Sou Eu”, relembrou as dificuldades que passou no início da carreira, principalmente no início da carreira. Em um show, quando ainda se apresentava como “MC Beyoncé”, uma das pessoas da sua plateia a atacou, se referindo a ela como “neguinha macaca”.

“Eu comecei a cantar no palco e essa moça estava do lado da minha mãe e nem tinha ideia de que eu era filha dela. E a moça falou: ‘Gente, mas essa neguinha macaca que canta essa música?’. Minha mãe só ouvindo isso. Durante o show, essa moça começou a curtir. Quando eu desci do palco, ela pediu uma foto comigo. Minha mãe botou a mão na frente e disse: ‘Não! Você não vai tirar a foto com a ‘neguinha macaca’’. A moça ficou sem graça e saiu. Agora, na minha frente ninguém fala nada, até mesmo porque essas pessoas são covardes, elas fazem pelas costas ou escondidas atrás de um celular ou computador”, concluiu ela, dizendo ter criado um lado mais “durona” para se defender do preconceito.