Sexo a 3 com dois homens: elas contam como conseguiram convencer seus pares
Entre as mulheres, a fantasia do ménage à trois, ou sexo a três, é relativamente comum. Mas boa parte delas acaba encontrando resistência por parte de seus parceiros quando a fantasia envolve a participação de outro homem.
Para a sexóloga Nelly Kim Kobayashi, se o desejo existe e ocorre a vontade de colocá-lo em prática, vale comentar com o parceiro e perguntar como ele vê a fantasia. “Caso haja alguma inibição, convide-o para assistir filmes eróticos com essa temática e veja a reação dele. Depois, converse sobre o assunto, de forma sincera, como todo casal deve fazer”, sugere. Afinal, essa fase do convencimento precisa ser bem elaborada para não criar atritos e acabar comprometendo a relação.
Fantasia precisa ser boa para os dois.
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A empresária Judite Araújo*, 30 anos, conta que, com oito anos de casada, decidiu sugerir ao marido o ménage. “Ele não gostou, disse que não queria, que seria complicado para ele”, conta. Ela esperou uma ocasião propícia para voltar ao assunto, quando o marido estava em um bar, tomando alguns drinques e, naturalmente, mais relaxado. Um amigo dele estava no local, quando ela insinuou que os três deveriam ir para a cama. O marido resistiu um pouco, mas acabou cedendo. E rolou. “Na hora H, ele percebeu que o outro me dava muita atenção e cismou que o amigo era a fim de mim. Depois disso, não repetimos mais”, lembra.
A terapeuta sexual e de casais Margareth dos Reis, doutora em Ciências pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), enfatiza que, mesmo com toda atenção nos detalhes que podem favorecer a realização de uma fantasia erótica mais ousada, ninguém pode prever as possíveis consequências. “Ambos devem ponderar juntos todas as frentes que são capazes de ‘bancar’ emocionalmente em suas decisões, para poderem assumir todas as implicações futuras com espírito de cumplicidade”, afirma.
Para a arquiteta Milena Guimarães*, 25 anos, a experiência foi bem mais leve. Ela estava comprometida há três anos, mas continuava no Tinder e conheceu um rapaz que lhe chamou a atenção. “Ele propôs um encontro, fiquei com receio de sair sozinha com ele e decidi propor um encontro a três para o meu namorado. Ele levou um tempinho para aceitar”, diz. Ela explica que, como o casal já tinha tido essa experiência com outra mulher, ela usou esse argumento para convencê-lo: “Disse que queria muito tentar com outro homem e ele acabou fazendo esse esforço só para me satisfazer”.
No encontro, que aconteceu no apartamento do convidado, os três ficaram bebendo e conversando. Quando o namorado foi ao banheiro, Milena e o rapaz começaram a se beijar. “Meu namorado saiu do banheiro, viu a cena e sentou numa poltrona próxima para ficar assistindo. Ele acabou curtindo a interação do cara comigo e houve um momento que, enquanto meu namorado me penetrava, o outro cara me beijava e me masturbava. Acabou sendo uma experiência legal para os três”, diz.
“Fiz a proposta várias vezes, mas meu marido não aceitava. Comentei que essa fantasia me excitava muito e, então, ele decidiu me fazer uma surpresa, convidando um amigo para o encontro. Mas não me contou quem era”, afirma Verônica Martins, 23, designer, em um relacionamento de três anos. No dia, o marido a deixou vendada e isso a fez ficar ainda mais excitada. “Os dois começaram e eu não sabia quem era quem, foi incrível”, conta. Para ela, a experiência foi muito boa e aumentou a confiança e o desejo entre o casal.
A terapeuta Margareth dos Reis concorda que, se há maturidade emocional para vivenciar esse tipo de fantasia, a experiência pode ser extremamente estimulante para o relacionamento.
A autônoma Silvia Menezes*, 27 anos, conta que sugeriu a fantasia várias vezes e demorou para conseguir convencer o marido. Ela usou o argumento de que seria a oportunidade de vivenciar uma experiência nova para o casal e de aquecer a relação. “E foi mesmo, a experiência foi incrível”, diz Silvia.
Como escolher o terceiro participante?
Depois de convencer o parceiro a realizar a fantasia, há uma outra etapa a ser vencida: escolher quem irá participar da brincadeira. “Alguém conhecido pode trazer mais intimidade, por outro lado, não há a garantia de discrição e privacidade. Além disso, a possibilidade de ocorrer crise de ciúmes antes, durante ou após a experiência é maior”, comenta a sexóloga. Segundo a especialista, se a escolha for por um desconhecido, o mais importante é não realizar o encontro na própria casa, por medida de segurança.
Margareth também dá algumas orientações para evitar brigas e conflitos depois do sexo a três. “É essencial estabelecer regras, como o que pode e o que não pode, incluindo beijo na boca, sexo oral, penetração, sexo anal e assim por diante”, diz. Durante a prática, ela avisa que é preciso ter cuidado para não dar mais atenção a um do que a outro. “E sempre mantenha contato visual com o parceiro, para que ele não sinta rejeitado”, finaliza.
*Nomes trocados a pedido das entrevistadas
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