8 fatos mostram que a eleição dos EUA foi das mulheres, negras e muçulmanas
O resultado das eleições legislativas americanas, realizadas na terça-feira (6), mostrou que esse foi o pleito com resultados mais representativos até hoje, com um número recorde de mulheres eleitas para o Congresso -- pelo menos 95 para a Câmara e 23 para o Senado -- e muçulmanas e negras chegando ao poder.
“Entre as mulheres, 80% das eleitas são democratas”, afirma Veronica Deviá, mestre em relações internacionais pela USP (Universidade de São Paulo) e pesquisadora do Gepô (Grupo de Estudos de Gênero e Política), da mesma instituição. “O partido investe na questão da diversidade na política, e os eleitores mostraram que aderiram a esse discurso.”
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Veja, abaixo, quem os americanos elegeram pela primeira vez e como esses escolhas se opõem a posturas adotadas pelo presidente republicano, Donald Trump.
1. Mais de 100 mulheres para o Congresso
Em um governo cujo presidente é conhecido por escândalos envolvendo frases machistas e denúncias de abuso sexual, a reação feminina aconteceu não só em mobilizações, como o "Me Too", mas também nas urnas. 237 mulheres disputaram 435 vagas na Câmara, maior número já registrado, e 95 delas foram eleitas, também um recorde. 23 foram escolhidas para o Senado. No total, a participação feminina no Congresso americana chegou a 22%, registrando um aumento de 2%
Entre as eleitas está a mulher mais jovem a se tornar uma congressista: Alexandria Ocasio-Cortez, de 29 anos. Latina, ex-garçonete e sem passado político, despontou como uma dos grandes nomes do partido Democrata.
2. Um governador gay, Jared Polis
A eleição de Polis, casado com um homem e pai de dois filhos, é um marco, principalmente em um momento que o governo americano mostra uma postura contrária à diversidade. Este ano, pela segunda vez consecutiva, Trump não reconheceu o mês do Orgulho Gay, e os EUA já anunciaram que vão negar vistos diplomáticos para companheiros gays de diplomatas estrangeiros.
3. Congressistas indígenas: Deb Haaland e Sharice Davids
O congresso nunca teve uma cadeira ocupada por uma indígena em 230 anos de história. Nessa eleição, duas entraram: Deb Haaland e Sharice Davids. A segunda é, inclusive, declaradamente lésbica. Mais uma vez, a eleição de ambas conversa com um retrocesso do governo Trump, que aprovou dois polêmicos oleodutos - anteriormente barrados por Barack Obama - sendo que um deles atravessa um território indígena, da tribo Soiux, na Dakota do Norte
4. Congressistas muçulmanas: Rashida Tlaib e Ilhan Omar
Rashida é uma filha de imigrantes palestinos e Ilhan, uma refugiada da Somália. As duas serão oposição às políticas migratórias do governo Trump. O presidente tenta vetar a entrada de muçulmanos no país.
5. Congressistas negras em Massachusetts e Connecticut: Ayanna Pressley e Jahana Hayes
Trump foi acusado de racismo por democratas e pela ONU quando disse que El Salvador, Haiti e alguns países africanos são “países de merda”. É nesse contexto que duas mulheres negras foram eleitas, pela primeira vez, nos estados de Massachusetts e Connecticut.
6. Uma senadora no Tennessee: Marsha Blackburn
Marsha está entre as 20% de mulheres eleitas que são republicanas e fogem das pautas progressistas e identitárias propostas por democratas. Ela é a favor da construção do muro na fronteira com o México e apoia as polêmicas leis imigratórias de Trump.
7. Congressistas latinas no Texas: Veronica Escobar e Sylvia Garcia
O estado elegeu, pela primeira vez, duas mulheres de origem latina. A questão se liga, justamente, às críticas de Trump em relação a imigrantes latinos. Entre outros comentários, o presidente já falou em construir um muro separando território americano e mexicano. Também adotou uma política controversa ao separar pais e filhos barrados na fronteira.
8. Governadoras na Dakota do Sul e no Maine: Kristi Noem e Janet Mills
A republicana Kristi Noem e a democrata Janet Mills foram as primeiras governadoras eleitas dos seus respectivos estados.
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