10 líderes religiosos que se demonstraram abertos com a comunidade LGBT
Léo Marques
Colaboração para Universa
17/11/2018 04h00
Alguns muito conhecidos, outros nem tanto, mas influentes. Veja quem são os líderes espirituais que já demonstraram tolerância e atitudes em favor da causa LGBT, defendendo e até aceitando reivindicações que ainda são tabus em muitas sociedades.
Papa Francisco
Em maio de 2018, segundo um relato publicado pelo jornal espanhol "El País", o Papa teria dito a um chileno gay vítima de abuso sexual por um padre pedófilo: Juan Carlos, que você é gay não importa. Deus te fez assim e te ama assim, e eu não me importo. O Papa te ama assim. Você precisa estar feliz com quem você é". Não é a primeira vez que Francisco é envolvido em assuntos pró-LGBT. Em 2013, num voo de partida do Brasil, o papa afirmou que "se uma pessoa é gay e procura Jesus e tem boa vontade, quem sou eu para julgá-la?". Também defendeu que homossexuais "não devem ser marginalizados, e sim integrados à sociedade".
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Dalai Lama
Tenzin Gyatso, o 14º Dalai Lama e líder religioso do budismo tibetano, afirmou em 2014, durante uma entrevista ao apresentador de televisão Larry King, não ver qualquer objeção ao casamento entre pessoas do mesmo sexo, considerando que se trata de "uma questão pessoal". "Há diferentes formas de sexo. Se duas pessoas, um casal, sentem que essa forma é a mais prática, a mais satisfatória, se os dois concordam, então tudo bem", disse o monge.
Dzongsar Khyentse Rinpoche
Renomado mestre budista e monge do Butão, Dzongsar declarou em 2015, durante uma palestra internacional, que diversas questões, por motivos culturais, foram deturpadas, incluindo as que se referem aos LGBT, que ele afirma não terem nada de errado. "Sabem, vocês não podem considerar isso uma doença ou que é errado. Algumas pessoas gostam de queijo cottage, outras de queijo suíço. É apenas isso. É a mesma coisa. E ainda há algumas pessoas que gostam dos dois", disse abertamente.
George Mason
Pastor e líder da Igreja Batista Wilshire de Dallas, considerada uma das mais progressistas dos Estados Unidos, Mason defendeu em 2016 que os LGBT tivessem os mesmos direitos dos fieis heterossexuais. Para fazer valer suas palavras, autorizou que gays e lésbicas realizassem casamentos e ocupassem posições de liderança dentro de sua igreja. "Queremos que a vida de fiéis LGBT seja tão normal quanto dos outros. Somos uma igreja e a mensagem que queremos passar é de que estamos abertos a todos", disse.
Chico Xavier
"Aqueles que são portadores de sentimentos de homossexualidade ou bissexualidade são dignos do nosso maior respeito", afirmou Chico Xavier, médium mineiro e um dos mais importantes expoentes do Espiritismo, em uma entrevista histórica concedida ao programa "Pinga-Fogo", da extinta TV Tupi no ano de 1971. O programa, que tinha duração de uma hora, se estendeu por mais de três horas e alcançou a maior audiência já registrada na TV brasileira.
Rached Ghannouchi
Ghannouchi, que é líder do movimento islâmico Ennahda, o principal da Tunísia, declarou, em março de 2018, para a revista Jeune Afrique, que a homossexualidade é "natural" e que "não há razões para interferências nos desejos e nos comportamentos das pessoas, já que cada um é livre para fazer suas escolhas e ter suas convicções". A declaração foi comemorada por associações LGBT do país, que reprime a homossexualidade com prisão.
Laurent Schlumberger
Em 2015, Schlumberger, que é pastor e presidente do conselho nacional da Igreja Protestante Unida da França, que conta com cerca de 400 mil fiéis, autorizou a benção de LGBT casados no civil dentro de seus templos. A decisão, em seu parecer, reflete "a palavra comum" dos membros de sua igreja e representa "um gesto litúrgico de amparo. Uma questão pastoral, mais pragmática do que de doutrina".
Margot Käßmann
"A igreja da Reforma precisa se transformar continuamente. Ela não é uma instituição imóvel, mas feita por pessoas e por isso pode aprender", declarou em 2017 à imprensa Margot Käßmann, bispa e líder da Igreja Luterana da Alemanha sobre a decisão de sua congregação em reconhecer oficialmente famílias formadas por casais homossexuais, promover matrimônios homoafetivos e eleger até mesmo pastores LGBT casados.
Helga Haugland Byfuglien
A arcebispa e líder da Igreja Luterana da Noruega mostrou contentamento e apoio aos LGBT, quando, em 2015, sua instituição religiosa passou a permitir o casamento entre pessoas do mesmo sexo em seus templos. "Este é um dia muito importante para a igreja", declarou. Helga e mais 12 bispos também foram responsáveis por aprovar a criação de uma liturgia especial para esse público dentro da igreja. "Uma decisão de efeito unificador", disse.
Ravi Shankar
Questionado sobre o que pensa da homossexualidade, esse líder espiritual indiano e fundador do movimento internacional Arte de Viver, afirmou ao escritor Ankur Rupani, no livro Sexualidade e Espiritualidade: "Todos os indivíduos nascem com o masculino e o feminino dentro de si. Às vezes um domina, às vezes o outro; isso tudo é fluido." Em outra ocasião, durante um evento universitário, Shankar também orientou publicamente um estudante gay a se defender. "Se você se levantar, ninguém pode te insultar. Mas se você se sentir fraco, ninguém pode fazer você se sentir melhor. Apenas se reconheça e se aceite", disse.
Fontes: Agência de notícias Reuters; programas de TV Larry King Now e Pinga-Fogo - Chico Xavier - 1971, disponíveis no YouTube; sites Jeune Afrique, CNBC TV, Wilshire Baptist Church - Dallas, Eglise protestante unie de France, Igreja Evangélica da Alemanha - EKD, Den norske kirke e srisriravishankar.org/.