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Como a mulher deve responder a ataques machistas, como os de Silvio Santos

Como responder a qualquer grosseria machista, como a de Silvio? - Reprodução/SBT
Como responder a qualquer grosseria machista, como a de Silvio? Imagem: Reprodução/SBT

Lucas Vasconcellos

Colaboração para Universa

24/11/2018 04h00

Depois do bafafá envolvendo Silvio Santos e Claudia Leitte no Teleton, voltaram à mídia outras vezes em que o comunicador fez comentários grosseiros para mulheres. Ele perguntou a Maísa, por exemplo, se ela já havia perdido a virgindade. Também disse para Eliana que a roupa dela estava indecente; além de comentar o peso de Preta Gil.

A questão a ser respondida é: como uma mulher pode se livrar desse tipo de situação?

"Todas essas situações são de assédio. Silvio Santos faz isso de forma que pareça uma "brincadeira", reforçando a naturalização desse tipo de comportamento violento", diz a militante da Marcha Mundial das Mulheres, Maria Júlia Montero.

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  Infelizmente, quando uma situação de assédio acontece, muitas vezes a mulher está sozinha ou isolada no ambiente e não consegue responder de forma efetiva, ressalta Maria Júlia. "E ninguém é obrigada a conseguir se livrar sozinha de uma situação dessa. Se desse para sair facilmente, não haveria leis específicas a respeito de violência contra a mulher e sobre assédio moral e sexual no local de trabalho", afirma.

Como reagir

Em caso de assédio, a militante aponta que o ideal é tentar escapar o mais rápido, negando qualquer pedido (por exemplo, um patrão insinuando que quer ter relações sexuais com uma funcionária) e denunciar na justiça o ocorrido. "Dessa forma, a mulher abrirá caminho para a punição de seu agressor e ajudará acabar com a normalização desse tipo de conduta".

 Ainda segundo ela, "a vida da mulher diz respeito somente a ela e nenhuma mulher precisa prestar contas de sua vida sexual, amorosa e pessoal. Devemos ter isso em mente também ao sermos questionadas sobre nossa beleza, por exemplo. Não somos seres que existem para a satisfação masculina. E é importante que tenhamos isso esteja claro para responder qualquer tipo de questionamentos desse tipo".

 

Quando vai mudar?

De acordo com Maria Júlia, o assédio só vai mudar quando as mulheres não forem ridicularizadas -- e se organizem para lutar contra o machismo, para que isso seja tratado como o problema social que é. E também que existam mais políticas públicas para acolher as vítimas de qualquer tipo de violência. "A postura de omissão do poder público perante a qualquer violência contra a mulher é um dos fatores que contribui para manter apagados e naturalizados casos como os de Silvio Santos, que sempre falou o que bem entende para as mulheres, mas é tido apenas como um grande empresário", ela lamenta.