Caminhada em São Paulo marca o Dia de Combate à Violência contra a Mulher
Na manhã deste domingo (25), em São Paulo, a Unibes promoveu a segunda edição da Caminhada Maria Bonita em parceria com o comitê de Combate à Violência Contra a Mulher do Grupo de Mulheres do Brasil. O evento atraiu homens, mulheres e crianças que andaram desde a sede do Unibes Cultural, na rua Oscar Freire, até a Avenida Paulista.
A caminhada aconteceu exatamente no Dia Internacional de Combate à Violência Contra a Mulher, e foi uma das iniciativas propostas para a campanha dos 16 Dias de Ativismo pelo fim da violência contra mulheres, promovida pela Organização das Nações Unidas (ONU).
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A Dra. Raquel Preto, advogada e líder do Comitê de Combate à Violência contra a Mulher do Grupo Mulheres pelo Brasil, comentou que, diferente da edição de 2017, que aconteceu no Parque Ibirapuera (SP), o grupo decidiu levar o ativismo para as ruas. "Nós sentimos que a cidade precisa sentir o impacto, a população precisa visualizar esse tema e esta caminhada precisava estar dentro do contexto do espaço urbano da cidade de São Paulo. A ocupação do espaço urbano com o compartilhamento das mensagens de conscientização seria mais forte", diz.
Usando camisetas laranjas, cor proposta pela ONU para a data internacional, Dra. Preto afirmou que a caminhada foi "energética, reunimos cerca de centenas de pessoas e houve muito engajamento, com mulheres vindo de outros lugares de São Paulo, para participar da caminhada". Ela atribui uma maior participação do público feminino pela empatia que o tema causa.
"As mulheres acabam se engajando mais, infelizmente, porque elas sentem mais na pele as formas de violência, e há um interesse maior. Acho que estamos conseguindo romper uma barreia cultural sobre este assunto. Nada justifica a violência. É evidente que nenhum ser humano merece apanhar ou ser morto, muito menos merece uma mulher", pensa. Durante a caminhada, relata, o grupo recebeu acenos de carros que passavam por eles.
Em relação aos 16 Dias de Ativismo pelo fim da violência contra mulheres, a Dra. Preto conta que a caminhada foi a primeira iniciativa da campanha, "que também aconteceu em outros núcleos do país, como em Franca (SP), Salvador (BA) e João Pessoa". Ao longo dos próximos dias, mais ações acontecerão em todos os Estados, por meio de mídias sociais, peças de teatro e campanhas audiovisuais.
"Não há um dia neste país que nós não saibamos, ou pela mídia de grande porte, ou pelas mídias sociais ou amigos, de uma mulher que foi morta, ou estuprada, ou assediada em espaços públicos. E passam os anos e pouco se tem feito para o enfrentamento efetivo desta mazela crônica. É chegada a hora de darmos um basta. Todos, sem exceção, num estado democrático de direito, devem enfrentar a violência contra a mulher, conclui.
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