Parabéns, Taís Araújo! 7 brigas que comprou pelas mulheres em seus 40 anos
Taís Araújo é conhecida no Brasil todo pelos personagens que já interpretou na tevê. Mas ao longo dos anos, a atriz ganhou outros papéis ainda mais importantes fora da tela: defensora dos Direitos das Mulheres Negras pela ONU Mulheres, e uma das cem pessoas negras mais influentes do mundo pelo projeto global Mipad, da ONU.
Neste domingo (25), ela completa 40 anos. Relembre frases e momentos inspiradores dela, que hoje é reconhecida como uma das principais vozes na luta contra o racismo e pela representatividade e direitos das mulheres.
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Sororidade e o fim da rivalidade entre mulheres
"Uma pode contar com a outra, principalmente nos lugares que têm essas diferenças salariais, hierárquicas, com alguém que ganha menos, com pudor de medo de expor aquela história, para não perder o seu emprego. Você pode virar para aquela mulher e dizer: 'Eu estou com você. Você conta comigo'. Acho que tem que ter uma rede de proteção. Nós temos que saber que uma pode contar com a outra", disse em conversa com a Universa, em julho.
Taís salientou ainda ter "lugar para todo mundo" nos ambientes de trabalho, citando a importância da proteção e não da competição nas discussões que envolvem debates de gênero.
Igualdade de direitos no trabalho
"Tem espaço para todo mundo. Quanto mais mulheres em espaços de poder, mais seguras estaremos. Se eu estou em um lugar de poder e outra mulher não, a gente tem que chamar. Temos que nos proteger e não competir. Outra mulher não é ameaça, é potência. Estamos em um processo de mudança muito importante (...) Muito já se falou, muito se fala, e a gente tem que agir", concluiu na mesma ocasião.
Representatividade das mulheres negras nas artes
"[A Globo] ouviu, reconheceu e está trabalhando para tentar de alguma maneira suprir isso, que eu acho que é um caminho natural. Cabe ao mercado ouvir as demandas sobre os temas de que estamos falando -- feminismo, racismo, desigualdade racial --, senão ele vai quebrar", opinou à Universa após um debate sobre empoderamento feminino no Centro Universitário Belas Artes, em maio.
"As gerações mais novas já sabem o que querem e, se o mercado não apresentar o que eles querem, eles vão para outro lugar que apresente. Tem muito de tudo e tem onde encontrar".
Fim da violência contra mulheres negras como Marielle Franco
"Precisamos ficar alertas e cuidar do outro, que é o que vai garantir a nossa sobrevivência como sociedade, porque está ficando muito complicado", ressaltou à Universa em março.
Para a atriz, é preciso que a sociedade como um todo aposte no afeto para encontrar soluções para as questões sociais. "Só ele salva. Tem uma fala da minha peça [O Topo da Montanha, em que divide o palco com o marido, Lázaro Ramos] em que o Martin Luther King fala que 'o amor é a arma de destruição mais radical que existe'. Então é isso. Vem da união, de se cuidar. Cuidar um do outro para garantir a nossa sobrevivência."
Racismo e direitos da mulher
"Quando eu engravidei do meu filho, eu fiquei muito aliviada de saber que no meu ventre tinha um homem. Porque eu tinha a certeza de que ele estaria livre de viver situações vivenciadas por nós mulheres. Certo? Errado. Porque meu filho é um menino negro. Liberdade é um direito do qual ele não vai poder usufruir. No Brasil, a cor do meu filho é o que faz que as pessoas mudem de calçada, segurem suas bolsas, blindem o seus carros", desabafou no palco do TEDxSão Paulo, em novembro de 2017.
Para Taís, os desafios que a filha Maria Antonia experimentará podem ser ainda maiores. "A vida dele só não vai ser mais difícil que a da minha filha. Quando eu penso os riscos que ela corre simplesmente por ter nascido mulher e negra, eu fico completamente apavorada."
Educação e discussões com o poder público
Para Taís, o direito à educação é o único meio possível de solucionar as desigualdades entre negros e brancos, entre homens e mulheres.
"Minha missão é fazer essa mensagem chegar ao maior número de pessoas, incluindo os candidatos a cargos eletivos. Mas o começo é na minha casa, na criação dos meus filhos", disse à revista "Claudia" em dezembro de 2017.
Quebra de padrões de gêneros para mulheres
Em sua educação para a filha, Maria Antonia, a atriz revelou priorizar a apresentação de opções para que ela saiba que pode exercer mais do que aqueles papéis já considerados tradicionais pela sociedade.
"A minha primeira ação foi apresentar a ela outras opções, para que ela pudesse perceber que além do mundo de fadas, bonecas, saias, panelinhas e princesas existe muita coisa legal com que ela também pode brincar", relembrou sobre o momento em que flagrou Maria Antonia brincando de casinha, em setembro de 2017.
"Não adianta, ela gosta desse mundo, esse é o mundo de brincadeiras que ela escolheu pra chamar de seu. Eu, como mãe, acredito que devo continuar dando opções para que ela sempre saiba que pode sim ser o que quiser: astronauta, bailarina, bombeira, princesa, médica, fada, engenheira, cozinheira, professora, princesa, passadeira... não importa, o que importa é ela conquistar a liberdade de ser o que ela quiser".
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