'Medo de mostrar rosto': mulheres atacam padrão de beleza na Coreia do Sul
Mulheres da Coreia do Sul têm protestado nas redes contra as rígidas imposições estéticas do País. O movimento chamado "Escape the corset" (ou "Fuja do espartilho") gerou uma série de vídeos em que sul-coreanas destroem cosméticos ou raspam o cabelo na frente das câmeras.
Não à toa, a Coreia tornou-se um polo mundial de cirurgias plásticas, com cerca de 1 milhão de procedimentos ao ano, e tem uma indústria da beleza tão ativa que impõe duras rotinas de beleza sobre as sul-coreanas. É comum até mesmo que pais deem cirurgias plásticas como presentes de aniversário às filhas.
Em um vídeo compartilhado no YouTube, duas mulheres destroem base, blush, esmaltes e sombras. "Eu tinha vergonha de sair de casa de cara lavada", diz uma das mulheres ao vídeo. "Quando eu quebro esses produtos eles perdem o poder sobre mim".
Um vídeo lançado em junho pela youtuber sul-coreana Lina Bae produziu forte impacto para impulsionar o movimento. Nas imagens, a garota de 21 anos faz e tira a maquiagem, acompanhada de insultos ou comentários no mínimo indelicados que já ouviu sobre a aparência. A publicação ultrapassou a marca de 6 milhões de visualizações no YouTube.
À BBC asiática, Bae conta que recebeu centenas de mensagens. "As mulheres aqui têm um medo enorme do rosto que mostram aos outros. Ouvi mulheres que morriam de vergonha quando ouviam que eram feitas. Eu também era assim", explicou.
A patrulha em cima da aparência das sul-coreanas é tão intensa que a apresentadora de TV Hyun-ju Yim causou burburinho ao se tornar a primeira mulher a usar óculos de grau na televisão. Ela afirmou à BBC que sentiu-se apreensiva de ir ao ar, mas que em vez de críticas recebeu dezenas de e-mails com elogios de outras mulheres.
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