Sexo só depois do casamento: veja relatos de quem decidiu esperar
Quem não vive sem sexo e não sai dos aplicativos de encontros pode até achar impossível perder a virgindade só depois do casamento. Mas, para provar o contrário, três jovens, em entrevista à Universa, listaram motivos para se resguardar e explicaram como encaram a questão da primeira vez, além dos desafios e preconceitos atrelados às suas escolhas.
Além da busca por prazer
Marluci, 30 anos, Rafaela, 29 anos, e Rafael, 30 anos, são jovens adultos e compartilham a mesma certeza: sexo só depois do casamento. Para eles, os motivos são variados e pessoais, embora estejam relacionados principalmente à fé cristã e ao que entendem por compromisso, amor e respeito.
Marluci, que ainda é virgem, conta que tomou a decisão de esperar por conta própria, mas se diz influenciada por sua crença protestante e sua família. "Decidi, primeiramente, por honra a Deus, mas também por me amar e querer ter essa experiência com uma única pessoa, que realmente fosse meu esposo. Além disso, minha família sempre foi conservadora e me mostrou a importância de se guardar", explica.
Para Marluci, sexo é um ato e uma expressão de amor, faz parte da criação de Deus e não deve ser tratado como prega a sociedade, que, de acordo com ela, impõe padrões e pressões que levam muitos jovens a se entregarem a práticas sexuais sem compromisso e que causam graves consequências quando não planejadas, levando também à falta de amor-próprio e ao desrespeito pelo corpo.
Já Rafaela explica que a ideia de manter sua virgindade até casar surgiu espontaneamente, quando ela ainda era menina e só mais tarde foi impactada por seus princípios e sua espiritualidade. "Tomei a decisão aos 10 anos. Não tinha muitos motivos, mas o pouco que eu sabia àquela altura sobre sexo é que era algo para adultos casados fazerem. Depois, com mais idade, fundamentei minha decisão com base na Bíblia", comenta.
Rafael conta que sempre encarou o sexo como o nível mais profundo de intimidade e entrega entre duas pessoas e revela que não pensa assim por causa de sua criação, pois seus pais nunca lhe impuseram limites quanto a isso. "Tendo isso em mente, tratei não o ato, mas, sim, a minha virgindade como um tesouro que eu gostaria de entregar a alguém especial. Com o tempo, meu discurso começou a amadurecer ainda mais, pois eu encontrei maior respaldo na fé, mas minha decisão por preservar minha virgindade foi tomada antes disso", diz.
Desejos e pessoas próximas são os maiores desafios
Os três jovens passaram pela adolescência e a faculdade resistindo à tentação da masturbação e, no caso de Rafael, ele só perdeu a virgindade há três anos, quando casou também com uma virgem. Rafaela é solteira e Marluci namora, mas garante que nunca trocou amassos ou beijos ardentes com seu par, pois os dois são bem controlados.
"Tento, ao máximo, me abster de situações que fariam eu perder o controle. Confesso que não é fácil e, por muito pouco, quase me permiti a perder a virgindade apenas por um prazer momentâneo. Por isso, evitamos até ficar muito tempo a sós. Sobre a masturbação, pode parecer estranho, mas é possível, sim, evitá-la e vivo isso, pois compreendo que é algo viciante e que gera culpa, vergonha, vazio, além de ser um ato egoísta".
Marluci revela que seu namorado a apoia totalmente, apesar de já ter experimentado o sexo antes de conhecê-la, o que, segundo ela, gera um desafio ainda maior de preservar o namoro.
Diferentemente de Marluci, que resiste à intimidade com o namorado, Rafaela, por ser solteira, conta que a mente é sua maior adversária e por isso busca driblá-la como pode. "Desde bem novinha eu luto contra meus pensamentos. Então, mudava o foco ou parava de assistir o que me fazia pensar sobre sexo. Quando as coisas são mais difíceis de lidar, como vícios e compulsividade, temos que dar dicas práticas reais e isso inclui deixar o celular longe para não ser tentada à pornografia, tomar banho gelado, sair para correr e conversar com uma amiga próxima. O corpo precisa assimilar que existe o momento certo para as coisas acontecerem".
Quanto à reação das pessoas ao descobrirem o posicionamento delas sobre o assunto, Marluci revela que já escutou comentários do tipo: "Você não sabe o que está perdendo"; "Você é um E.T?". Mas também confessa ter recebido apoio e incentivo, até mesmo de pessoas que pensam diferente. "Já ouvi um parabéns pela minha escolha, que eu sou uma guerreira", diz.
Rafael explica que vivenciou situações de preconceito, principalmente na fase escolar. "Ouvia chacotas e brincadeiras. Porém, na faculdade, passei a ser uma referência rara, em alguns momentos até mais admirada do que zombada pelos outros".
Quando a expectativa vira realidade
Depois que perdeu sua virgindade com a esposa, Rafael diz ter aperfeiçoado sua visão sobre sexo. "Entendi que o ato não deve ser encarado como parte isolada do relacionamento íntimo de um casal. Quando experimentei, percebi uma troca de sensações que faz parte do todo o relacionamento. Ou seja, para um relacionamento saudável, o sexo é tão importante quanto a comunicação", afirma.
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Quero receberO jovem confessa que também encarou a inexperiência na cama de maneira descontraída, mas que ao final de sua primeira vez, tudo deu certo e que ele não se arrepende de ter esperado tanto tempo por isso. "Valeu cada segundo. Vi muitos amigos e amigas que apostaram diferente de mim e hoje não conseguem nada além de prazer individual, banal. Já eu estou vivenciando um investimento realizado a dois. Quando se compreende o valor da virgindade, não dá para namorar qualquer um. Nesse processo, o amor amadurece e passa a ser o ingrediente principal e não o sexo", acredita.
Marluci e Rafaela pensam também nesse momento, mas sem pressa, pois defendem que o que é especial leva tempo para se concretizar. "Como não sou uma pessoa ansiosa, não tenho problema em esperar para fazer sexo só depois do casamento. Gosto de imaginá-lo como um presente, uma surpresa feliz para o casal", diz Rafaela. Marluci complementa: "O sexo é uma aliança entre duas pessoas que se amam".
*Com matéria publicada em 18/12/2018
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