Marca é condenada a pagar R$ 533 mil por trabalho análogo à escravidão
A Superintendência Regional do Trabalho e Emprego de São Paulo condenou a grife Amíssima a pagar indenizações de R$ 533 mil por manter duas oficinas de confecção cujos funcionários trabalhavam em condições análogas à escravidão.
Segundo relatório divulgado pelo órgão, 14 trabalhadores (a maioria de origem boliviana) viviam em dois imóveis, localizados nos bairros do Bom Retiro e do Belenzinho, na capital paulista.
O caso foi acompanhado pelo site "The Intercept" e revelado em reportagem na última terça-feira (18).
Em documento obtido por Universa, o Ministério do Trabalho relata que os 8 homens e 6 mulheres faziam jornadas de trabalho superiores a 14 horas diárias e recebiam cerca de R$ 3 pela confecção de peças que chegam a ser vendidas por mais de R$ 800.
Alguns funcionários disseram à fiscalização que exercem a mesma atividade desde 2012, sem registro em carteira.
"As duas oficinas de costura estão instaladas em imóveis com características residenciais, mas [são] utilizados para uso misto (industrial e residencial); além de [serem] precariamente adaptados para a atividade de costura, tais imóveis servem de moradia para todos os trabalhadores que foram encontrados trabalhando nestes estabelecimentos, bem como seus filhos menores de idade", denuncia o Ministério.
No Facebook, a Amíssima emitiu uma nota reconhecendo ter "falhado em não fiscalizar com ainda mais rigor" sua cadeia produtiva.
"Manifestamos repúdio a qualquer forma de trabalho que ofenda a dignidade humana e ao descumprimento da legislação trabalhista brasileira", diz o comunicado.
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