Topo

Menina com Down vira assistente de Papai Noel: "Tiram fotos comigo e tudo"

Beatriz, 16, é assistente do Papai Noel em shopping da zona leste de SP - Divulgação
Beatriz, 16, é assistente do Papai Noel em shopping da zona leste de SP Imagem: Divulgação

Natália Eiras

Da Universa

23/12/2018 04h00

Beatriz Siléo, 16, venceu o medo de pessoas fantasiadas para trabalhar ao lado do Papai Noel no Shopping Metrô Itaquera, na zona leste de São Paulo (SP). A adolescente com Síndrome de Down conseguiu seu primeiro emprego como ajudante do bom velhinho em um projeto de inclusão do shopping. "Fiquei com um pouquinho de medo, mas gosto muito do meu trabalho e das minhas amigas", fala a jovem à Universa

A mãe da menina, a neuropsicopedagoga Fabiana Siléo, 41, conta que a oportunidade surgiu quando uma agência entrou em contato com eles. "Nós fomos convidados para participar desse projeto, porque a Bia já estava fazendo um trabalho de estimulação para se preparar para o mercado", diz. 

Para desenvolver sua autonomia e sociabilidade, Beatriz já fazia aulas de guitarra e fotografia. Por isso, ela não demorou muito para se enturmar na equipe de noeletes, onde Beatriz encontrou várias novas amigas. Em seu posto de assistente do Papai Noel, ela é, das 14h às 20h, a responsável por entregar pirulitos para as crianças da fila e conversar com elas enquanto esperam pelo momento de conhecer o velhinho. "Elas pedem para tirar foto comigo e tudo mais", fala a adolescente. 

Beatriz (a terceira da esquerda pra direita) com o Papai Noel e outras noeletes - Divulgação - Divulgação
Beatriz (a terceira da esquerda pra direita) com o Papai Noel e outras noeletes
Imagem: Divulgação

Fabiana diz que pais entram em contato com ela pelas redes sociais perguntando quando Beatriz estará trabalhando no shopping. "São pessoas que também têm filhos com Sindrome de Down e que querem que as crianças vejam a Bia em um papel tão legal como a de assistente do Papai Noel", explica. "É importante para essas crianças pela questão da representatividade". 

Ver a adolescente com o uniforme vermelho representa, segundo a neuropsicopedagoga, um sonho de inclusão de pessoas com a síndrome. "Ainda é muito difícil porque muita gente ainda pensa que essas pessoas são despreparadas. É claro que é preciso de uma capacitação da empresa, mas jovens com Síndrome de Down também são bastante aptos", afirma. 

A menina garante que o trabalho não a fez deixar de acreditar no Papai Noel. E, além da oportunidade de trabalho, o posto de ajudante rendeu a Beatriz um novo objetivo. Quando perguntada o que ela gostaria de ser quando terminasse o colégio, ela respondeu: "Modelo".