Menino autista ganha "Netflix personalizada" após mãe fazer apelo na web
Desde o dia primeiro de janeiro, a autônoma Fernanda Torres Kotona, 30, tentava acalmar a angústia do filho Miguel, 6. O menino, diagnosticado com autismo aos dois anos, assistia diariamente ao seu filme favorito, "Procurando Nemo", na plataforma de streaming Netflix. Porém, com a virada do ano, a produção saiu do catálogo do site, o que deixou mãe e filho em desespero. Mas um apelo de Fernanda na internet fez com que um jovem desconhecido criasse uma espécie de "Netflix personalizada" para Miguel.
A autônoma publicou na sexta-feira (4) um comentário em um post da página dos estúdios Walt Disney. "Tenho um pedido desesperado. Devolvam o Procurando Nemo para Netflix. Meu filho é autista e está tendo crises desde o dia primeiro", escreveu ela. "Me ajudem".
"[Quando Miguel foi assistir ao filme no dia primeiro], ele começou a me chamar e a me puxar pela mão para que eu procurasse a produção para ele", conta a mãe à Universa. "Ele não tem noção de que não tem mais, é quando começa a chorar porque não conseguia atender a um pedido dele, mas não tinha o que fazer".
De acordo com Fernanda, Miguel já decorou e repete frequentemente as falas da produção sobre um um peixe especial que se perde do pai, que conta com a ajuda dos amigos para encontrar o filho.
Desesperada, a mãe publicou uma mensagem, inicialmente, na página da Netflix no Facebook, onde não obteve resposta da plataforma, mas outros usuários criticaram o pedido. "Muita gente ficou falando que era frescura, que era só eu baixar da internet, comprar o DVD", diz. "O problema não era ele não ver o filme, era a quebra de padrão. Porque ele mesmo podia encontrar o filme e dar o play, voltar nas partes que ele mais gostava. Mesmo quando colocava o filme para rodar no YouTube, ele parava a reprodução e pedia o 'netflice'".
A solução veio com o analista de suporte Rodrigo de Lima Bispo, 22, de Carapicuíba (SP). O jovem viu o apelo de Fernanda e sugeriu a criação de um DVD com menu personalizado simulando o layout da Netflix. "Falei que era uma ideia muito boa, mas que não sabia fazer isso. Ele, então, se ofereceu para criar o menu para mim", conta Fernanda.
Rodrigo não trabalha com edição de vídeo ou de imagem, mas já havia feito algo parecido há alguns anos em sua vida pessoal. "Eu já conhecia os programas que poderia usar e como fazer", diz o especialista à Universa. No sábado (5), o analista mandou um preview da tela e, no domingo (6), ele compartilhou o filme pronto para Fernanda. "Estou chorando de felicidade", comentou a autônoma na postagem. A história repercutiu no Facebook e no Twitter, onde usuários comemoram o ato de solidariedade de Rodrigo.
O rapaz não conhece nenhuma pessoa que tenha sido diagnosticada com autismo, mas se sensibilizou com a situação por causa das críticas dos outros usuários. "Eu só via comentários que não ajudariam em nada", afirma Rodrigo. "Eu sei que o autismo é uma condição que a pessoa tem dificuldades de comunicação e interação, então seria difícil para o Miguel se adaptar ao YouTube ou ao DVD original", fala.
Fernanda diz que Miguel não percebeu que o filme não está mais na plataforma. "Porque até ontem de madrugada ele pedia para eu procurar o filme para ele", diz. No entanto, a autônoma acredita que logo o menino deve se adaptar completamente ao menu personalizado criado para ele. "Ele já está assistindo ao filme há horas. Está tranquilo e sei que está feliz".
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