Gosta de Kama Sutra? Então conheça Ananga Ranga, outra obra indiana de sexo

O livro do Kama Sutra se tornou conhecido no mundo como um manual sexual, mas, originalmente, ele foi feito como um tratado de relacionamentos. Se você quer variar no tema sexo, existem outras obras, que se tornaram manuais sexuais menos conhecidos e podem ser fontes de inspiração. Um deles é o também indiano Ananga Ranga.

O livro foi escrito por Kalyana Malla no final do século XV e tinha como principal objetivo a felicidade conjugal. Malla, que era homem, acreditava que a principal razão das separações entre os casais era a monotonia no relacionamento. Por essa razão, o Ananga Ranga foi produzido para evitar o distanciamento sexual entre os pares. O livro é muitas vezes comparado ao Kama Sutra e, de fato, alguns de seus escritos foram baseados na obra mais famosa.

Rayana Oliveira, coach de relacionamento, terapeuta familiar etântrica e sexóloga explica que a cultura indiana acredita muito em energias, principalmente a sexual, e que o livro demonstra o grande poder da energia sexual feminina daquela época. "Ele pode ser um potencializador nas relações amorosas, bem como uma tomada de controle do próprio, além de ensinar como conduzir o outro, tocando, sentindo e transmitindo sensações", diz a terapeuta. Esses manuais ampliam a sexualidade para o além genital.

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Imagem: Kama Sutra, Anne Hooper, editora Vitória Régia

Kalyana era um ardoroso classificador de mulheres e homens de acordo com o seu temperamento e características físicas. Ele dividia as mulheres em: A Padmini ou Mulher-Lótus, a Chitrini ou Mulher-Arte, a Shankhini ou Mulher-Concha e a Hastini ou Mulher-Elefante. Já os homens eram classificados como: o homem-lebre, o homem-touro e o homem-cavalo. Veja algumas posições que o autor sugere para os casais:

Posição do choro

O parceiro levanta as pernas da parceira passando-as sobre os seus braços e movimenta o corpo dela, basicamente com o pênis, de um lado para o outro e para frente e para trás. É preciso que homem tenha alguma força física para realizar esses movimentos.

Grau de dificuldade: Difícil, porque exige força.

Posição intacta

A mulher deita-se de costas no chão, levanta as duas pernas e as dobra como se repousassem contra o peito do parceiro. Ele está ajoelhado entre suas coxas. Antes de fazer a penetração o parceiro coloca as mãos embaixo dos quadris dela e a levanta levemente. Nessa posição, a mulher então relaxa e o parceiro faz os movimentos. O controle e o "desamparo" desta postura são, segundo o livro, estimulantes, mas a mulher sentiria menos prazer que o homem.

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Grau de dificuldade: Fácil.

Posição realizada

Essa posição é uma variação da Posição de Lótus, em que a mulher senta-se sobre as pernas cruzadas do parceiro e encaixa a vagina no pênis dele, fazendo movimento de sobe e desce. Na Posição Realizada, ela ergue uma das pernas, usando as mãos para equilibrar o corpo. Com a perna erguida o tesão tende a aumentar. A posição permite que o homem beije e afague os seios da mulher.

Grau de dificuldade: Fácil.

Posição elevada

Quando a mulher ainda não se satisfez e tem energia, essa posição é bem indicada. Nela, a mulher se senta com as pernas cruzadas sobre o parceiro, que está eitado no chão. Ela insere o pênis do companheiro em sua vagina e faz movimentos circulares com o quadril. A posição dá liberdade para que a mulher alterar o ângulo de entrada do pênis e o movimente como quiser.

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Grau de dificuldade: Fácil.

A mão que prende ou extingue a posição

Nessa posição, o homem se senta com a mulher em seu regaço. Quando o pênis e a vagina estão próximos, cada um dos parceiros prende os pés do outro, firmando a posição da penetração. Nesse movimento, a energia sexual fica circulando pela posição de encaixe.

Grau de dificuldade: Média. Exige certa flexibilidade e alongamento.

Posição pés no ar

Nesta técnica, a mulher mantém as pernas levantadas e abertas e deixa o corpo levemente arqueado para trás. O homem então a penetra e coloca as duas mãos em seus seios. Segundo o livro, assim, o casal faz um amor alegre. A posição também é interessante porque permite o olho no olho.

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Grau de dificuldade: Um pouco difícil, pois exige flexibilidade e equilíbrio

Posição do joelho e do cotovelo

O casal fica de pé, um de frente para outro. O parceiro passa os braços pelo joelhos da parceira. Ele a carrega sobre a curva do cotovelo, e ela se pendura em seu pescoço com os dois braços. Desta maneira, diz o livro, o par faz amor "com abandono". O tesão fica por conta dos movimentos de balanço lateral que o homem faz com a mulher.

Grau de dificuldade: Difícil. Exige do homem grande força corporal e, da mulher, alguma abertura

Posição de bambu rachado

A mulher se deita e coloca uma das pernas retas e a outra é erguida pelo parceiro. Ele está sentado com as pernas dobradas e se aproxima o máximo possível do corpo dela enquanrto a penetra. A posição facilita a penetração e ainda massageia o clitóris.

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Grau de dificuldade: Fácil.

Fontes: Rayana Oliveira, coach de relacionamento, terapeuta familiar, tântrica e sexóloga; Erika Oliveira de Paula Ribeiro, psicóloga e sexóloga; Leila Navarro, especialista em medicina comportamental e autora de vários livros, entre eles: Talento para ser Feliz, Autocoaching de Carreira e de Vida, Autocoaching da assertividade e Qual é o seu lugar no mundo; Ananga Ranga, Kalynamalla, Thesaurus Editora, Brasília-DF Kama Sutra- Anne Hooper, Editora Vitória Régia, São Paulo-SP Kama Sutra- Mallanga Vatsyayana, Editora JZE, Rio de Janeiro-RJ. A alquimia do amor e do sexo- Lee Lozowick, Editora Nova Era, Rio de Janeiro-RJ.

*Com matéria publicada em 08/01/2019

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