Associação Americana de Psicologia reconhece existir 'masculinidade tóxica'
Pesquisadores do feminismo já discutem a existência de um tipo de masculinidade tóxica há décadas, mas a existência deste tipo de comportamento é agora reconhecido pela Associação Americana de Psicologia (American Psychological Association ou APA, em inglês).
Em um guia, organizado ao longo de 2018 e divulgado na quinta-feira (10), a comunidade de psicólogos americanos identifica potenciais problemas que podem surgir na vida de meninos e homens por causa do machismo e dá sugestões a terapeutas sobre como combatê-los.
"Socialização para corresponder à ideologia tradicional de masculinidade limita o desenvolvimento psicológico de homens e seu comportamento, resultando em pressões e conflitos relacionados ao papel de gênero e influencia negativamente a saúde física e mental", diz trecho do texto publicado pela entidade.
O guia ainda observa que reconhecer e responder a essas questões decorrentes da masculinidade tradicional é essencial para terapeutas porque eles podem auxiliar homens diretamente afetados por estas pressões, como gays e transgêneros, além de compreender e esclarecer aos meninos em fase de crescimento o impacto do sexismo.
Segundo a APA, a masculinidade tradicional tolera e até promove a agressividade -- inclusive em relação à mulher --, os comportamentos de risco (uso de drogas, promiscuidade) e a resistência a procurar tratamento de saúde mental, quando necessário. No entanto, o posicionamento da associação não foi bem recebido por homens nas redes sociais.
Usuários do Twitter como o autor do perfil @HWDConservative escreveu que o texto cria temor em relação à "energia masculina"; que seria responsável por avanços em diversas áreas do conhecimento humano.
"Esta energia é a que constrói arranha-céus, motiva pessoas a sacrificar tudo para proteger suas famílias, arriscar tudo por novas descobertas, explorar novas fronteiras enquanto arriscando suas vidas e membros. Certamente, vamos extinguir totalmente esta energia!", afirmou.
Houve também quem questionasse o material exposto pela APA como focado apenas no bem-estar dos homens e não no impacto que seu possível comportamento tem na sociedade, enquanto outro grupo ainda comemorou, finalmente, a abertura do debate a respeito do machismo em mais uma área da comunidade científica.
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