Ex-advogada resolve fazer cheesecakes e fatura quase R$ 3 milhões ao ano
O atual ganha-pão da empresária Fernanda Zekcer é o cheesecake. Para quem não conhece, é um tipo de torta de queijo cremoso com calda doce (o mais tradicional leva frutas vermelhas), muito comum nos Estados Unidos. Inclusive, foi após visitar esse país que Fernanda teve a ideia de abrir um negócio voltado para a venda do quitute gringo no Brasil.
"Sempre gostei de cozinhar doces em casa e tinha o sonho de ter uma lojinha que tivesse a minha cara. Foi então que viajei para a Califórnia e fiquei encantada com os detalhes e os cuidados das confeitarias por lá. Voltei com a ideia na cabeça de abrir um negócio de cheesecake", comenta Fernanda, mas reconhecendo que na época, em 2012, lhe faltava coragem para largar de vez a advocacia, área em que atuava há quase dez anos.
Do escritório para a cozinha
Apesar do medo e das dúvidas de se arriscar em uma nova empreitada, Fernanda não demorou para agir, seguiu sua intuição e confiou no próprio talento. "Receita de família, o cheesecake era o doce que eu mais gostava de fazer e todos que o comiam amavam. Também decidi apostar nele porque percebi, depois dessa viagem aos Estados Unidos, que as pessoas não conheciam o que era cheesecake no Brasil", explica.
Para começar a trabalhar de casa, já que àquela altura não detinha um ponto comercial nem podia largar a profissão, a então advogada precisou se planejar e fazer pequenos investimentos. Ela usou R$ 15 mil para comprar geladeira, batedeira e forno. Nessa época, durante o dia, trabalhava no escritório de advocacia e, à noite, assava os cheesecakes, avançando madrugada adentro para dar conta da produção. Passou dois anos trabalhando assim, até que percebeu, por conta da grande demanda, que precisava expandir.
"No começo, eu produzia somente por encomendas, mas meus clientes começaram a surgir cada vez mais com a divulgação boca a boca", recorda Fernanda.
Apoio do irmão e planejamento somaram pontos
De licença maternidade do escritório e com o irmão que morava no exterior voltando para o Brasil, Fernanda enxergou a oportunidade perfeita para sair de vez da área de Direito e abrir o próprio negócio, uma confeitaria especializada em cheesecakes.
Os dois montaram uma sociedade e, juntos, investiram, somando as economias e recursos próprios, R$ 150 mil para montar a primeira das três lojas e que também funciona como fábrica, em Moema, bairro de São Paulo. "Eu e meu irmão estamos juntos há cinco anos", diz a empresária.
Para que o empreendimento dos dois deslanchasse, também foi preciso antes que contratassem uma empresa especializada em elaboração de plano de negócio. Fernanda conta que passou seis meses estudando concorrência, locais para abrir o ponto, público-alvo, além de ter feito cálculos e previsões de quanto conseguiria faturar e quanto teria de reinvestir, se quisesse abrir mais lojas.
Como estava saindo de casa para faturar na rua, era preciso ainda repensar e ampliar o cardápio, para conquistar e fidelizar mais consumidores. "Entre os sabores, inclui cheesecakes de frutas vermelhas, doce de leite, lima, creme de avelã com cacau e leite, red velvet, paçoca, caramelo com amêndoas, caramelo com flor de sal, chocolate, blueberry, goiabada, morango e maracujá", lista Fernanda.
Mais duas lojas e um faturamento milionário
O cheesecake que Fernanda vendia em casa, na loja passou a custar 60% mais caro. A empresária também começou a oferecer bolos, quiches, bebidas, como chás e café, e até cheesecake salgado com salada.
"Hoje, eu faço 1.000 minis cheesecakes por dia, 100 brownies cheesecakes, 50 cheesecakes inteiros, fora outros itens", acrescenta.
Com o ritmo puxado, não demorou muito para os lucros e as mudanças começarem a aparecer. "Após um ano e meio da loja do bairro de Moema, abrimos outra unidade, no Shopping Eldorado (em Pinheiros, São Paulo). Depois de dois anos, abrimos a terceira, no Top Center Shopping, na Avenida Paulista", conta Fernanda, revelando que só conseguiu maximizar o negócio pois ela e o irmão separavam 50% do lucro obtido para novos investimentos.
Em cinco anos, o faturamento mensal saltou de tímidos R$ 7 mil para R$ 240 mil. Por ano, as três lojas da rede Cheesecakeria faturam juntas perto dos R$ 3 milhões.
Para sua idealizadora, as responsabilidades aumentaram, assim como o serviço, que é muito maior do que na época em que o sonho começou a virar realidade. Porém, ainda de acordo com ela, os pontos positivos valem os esforços, pois, além de ter se destacado no mercado com um negócio estabilizado e com potencial para crescimento, foi possível gerar novos empregos e acompanhar todo o processo de perto, não se limitando à cozinha.
"Hoje, conto com 24 funcionários, incluindo uma equipe de cinco pessoas na cozinha. Dessa maneira, consigo fiscalizar mais do que pôr a mão na massa", finaliza.
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