Ela criou loja no Instagram, virou produtora de sapato e fatura R$ 2,5 mi
O primeiro investimento da paulistana Karla Rocha, de 28 anos, foi feito com dinheiro emprestado da tia. Com R$ 60 reais, ela comprou duas bolsas na rua 25 de Março, em São Paulo, para revender no Instagram. Karla tinha visto o mesmo modelo de bolsa em uma loja, também pelo Instagram, por R$ 150. Viu ali uma chance.
"Eu já tinha um perfil para vender capinhas de celular, o Armazém dos Cases, mas não tinha aparecido nenhum comprador. Quando postei as bolsas, de R$ 60, elas saíram na hora", relembra Karla.
Era 2013 e ela percebeu então a possibilidade de começar um negócio com pouco custo. Mudou o nome da loja para Armazém Pink, investiu em um designer que produziu um logotipo para a marca e comprou mais bolsas.
Enquanto a loja engrenava, Karla descobriu que estava grávida do namorado. Os dois foram morar juntos, se casaram e ela teve a primeira filha, Lorena. Não perdeu o pique. "Quando minha filha nasceu, eu aproveitava a madrugada para embalar pedidos e responder para clientes". Nessa época, Karla estava ligada nas tendências e vendia mochilas com estampas étnicas.
O e-commerce decolou em um ano e Karla precisou alugar um escritório para armazenar as mercadorias. Com o CNPJ em mãos, alugou uma sala de 60m², criou o site da Armazém Pink e contratou duas pessoas para trabalhar com ela.
Mala da Gabriela Pugliesi e investimento em publicidade on-line
O negócio foi crescendo na época do boom das influenciadoras digitais no Instagram, em 2016. Um dos nomes mais famosos era o de Gabriela Pugliesi, que dividia com milhões de seguidores sua rotina de alimentação e exercícios. E foi Gabriela que alavancou o negócio de Karla.
Ela havia comprado 30 malas de estilo retrô, como na foto ao lado, mas ninguém as queria. Pensou então em fazer com que a cliente colasse adesivos com ilustrações e letras no produto, de forma que ele ficasse personalizado.
Gabriela viu a mala, entrou em contato com a Armazém Pink e as duas fecharam um negócio: Karla pagou para que Gabriela postasse fotos com a mala e marcasse a loja em seus posts. "No primeiro dia que ela postou, vendemos 200 malas. O site travou, saiu do ar, foi um sucesso", relembra.
Oferecer novidades sempre foi um diferencial
Karla conta que o mercado já estava saturado de lojas no Instagram e que os produtos estavam todos muito parecidos. Foi quando decidiu inovar e começar a vender sapatos. "Vi uma bota longa, dessas que dobrava, e quis vender. Encontrei um fornecedor, fiz um vídeo com ela e postei", diz. "Comprei mil pares e vendi tudo."
Depois de passar um tempo revendendo modelos, Karla decidiu criar as próprias peças. Procurou uma fábrica de calçados no interior de São Paulo e fechou com ela uma parceria. Os funcionários produziriam os modelos, que passaram a ser produzidos por uma equipe de criação e pesquisa, de cerca de dez pessoas, contratadas por Karla, que passaram a produzir 12 tipos de sapatos diferentes. Hoje, o forte da Armazém Pink são os sapatos. Há os de salto alto, chinelos, mocassins, botas, sandalinas etc.
Em 2019 faturamento deve aumentar 30%
A empresária conta que as blogueiras de moda já não têm tanto poder de publicidade quanto antigamente. "Não adianta eu mandar uma bolsa da Armazém Pink para ela postar, sendo que depois ela vai aparecer com uma Gucci", diz.
O investimento, agora, é no tête-à-tête. "80% do atendimento com as clientes é via WhatsApp. Muitas vezes elas querem conversar, só querem saber preço, ou falar que acharam a peça bonita. Tem que investir nessas pessoas, manter o contato", diz. O faturamento de Karla em 2018 foi de R$ 2,5 milhões; e ela espera que este ano, com um impulsionamento de ações de marketing da empresa, ele suba ao menos 30%.
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