Estupro e morte de motorista de Goiás teria motivação homofóbica, diz amiga
A morte da técnica de enfermagem e motorista Vanusa da Cunha Ferreira, 36, após ter desaparecido no sábado (19), em Aparecida de Goiânia (GO), teria relação com homofobia, segundo a técnica de enfermagem Greyce Martins, amiga da vítima. Vanusa tinha um relacionamento com outra mulher há três anos e fazia "bicos" dirigindo: queria economizar R$ 10 mil e construir uma casa para morar com a companheira. O empresário artístico Parsilon Lopes dos Santos, 45, confessou nesta quarta-feira (23) os crimes de tentativa de estupro, homicídio, vilipêndio a cadáver e ocultação do corpo, e está preso na Delegacia de Investigações Criminais.
Na noite em que desapareceu, Vanusa teria sido chamada pelo suspeito para fazer uma corrida por fora do aplicativo -- segundo Greyce, há cerca de três meses eles costumavam fazer esse tipo de combinado. O corpo da motorista foi encontrado na tarde de domingo (20), perto de um motel no Jardim Copacabana, em Goiânia, com sinais de traumatismo craniano. A delegada Mayana Rezende disse à Universa que o suspeito confessou ter tentado estuprar a vítima. "Ao ouvi-la dizer que não se relacionava com homens, a jogou para fora do carro e bateu sua cabeça mais de uma vez contra o meio-fio. Quando percebeu que Vanusa estava sem vida, tirou sua roupa e praticou atos libidinosos com o cadáver, pouco antes de escondê-lo."
Vítima queria construir casa para morar com companheira
Segundo Greyce, Vanusa trabalhava como motorista para complementar a renda de técnica de enfermagem e economizar cerca de R$ 10 mil -- que seriam destinados a construir uma casa em que ela pretendia morar com a companheira, na cidade de Caldas Novas (GO), onde elas tinham parentes, e ajudar a pagar a faculdade da filha, Jaqueline, de 18 anos.
"A Juliana está muito fragilizada. Vanusa estava perto de bater a meta e já pensava em parar [de fazer corridas]. Os amigos e a família ficavam preocupados de ela sair à noite, mas ela não tinha medo", conta a amiga da vítima.
A expectativa é a de que o inquérito policial seja concluído em dez dias -- após a emissão do laudo pelo Instituto Médico Legal. Segundo a Polícia Civil, não há um advogado acompanhando o suspeito, que teria se apresentado sozinho para confessar o crime. Nem mesmo familiares de Santos teriam aparecido na delegacia.
Caso seja condenado, Santos poderá ficar preso por 40 anos, pelos crimes de tentativa de estupro, homicídio, vilipêndio a cadáver e ocultação do corpo. O suspeito tem outras cinco passagens pela polícia por crimes como ameaça, injúria e danos -- todos praticados contra mulheres.
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