10 vezes que a primeira-ministra Theresa May mostrou ser uma dama de ferro
A primeira-ministra britânica Theresa May é o nome feminino que está em todas as bocas do mundo político.
Theresa vive um embate ferrenho dentro do Parlamento inglês para firmar um acordo entre o Reino Unido e a União Europeia, diante da iminência da saída dos britânicos do grupo econômico europeu, movimento conhecido como Brexit.
O nó da primeira-ministra é que o tal acordo é odiado pela oposição, odiado por quem quer o Brexit e odiado por quem quer um um novo tipo de acordo. Ela está com o prestígio à míngua e a duas xícaras de chá de ser ejetada pelos "colegas" parmalentares.
Na terça-feira (15), o plano que May apresentou foi rejeitado por 402 dos 650 parlamentares -- a maior derrota sofrida por um governo britânico na história do Reino Unido.
A resiliência de Theresa, mantendo-se firme em suas decisões, como a de não adiar o Brexit, mostra que, assim como a outra única mulher a ocupar o cargo de primeira-ministra britânica, Margaret Tatcher (1979-1990), ela é uma "dama de ferro".
Veja outras batalhas que May já enfrentou, tanto na vida pública quanto na privada.
1. Peitou o Brexit
Após o referendo de 2016, em que 52% dos britânicos aceitaram sair da União Europeia, o primeiro-ministro da época, David Cameron, abandonou o posto, e Theresa, então a líder do partido conservador, entrou em seu lugar.
Em meio a um país dividido e com todo o trâmite do Brexit pela frente para ser resolvido, ela peitou o desafio. Ao se candidatar para o cargo, limitou-se a dizer: "Meu argumento é muito simples. Sou Theresa May e acho que sou a melhor pessoa para ser a primeira-ministra deste país."
2. Primeira mulher presidente do Partido Conservador
Entre 2002 e 2003, May se tornou a primeira mulher a ocupar o cargo de presidente do Partido Conservador. Anos antes, em 1997, ela ingressava na vida política como membro do parlamento inglês.
Theresa é vista como uma voz moderna dentro do partido, bancando sua postura em temas que encontram resistência entre seus correligionários, como o casamento gay (ela é a favor) e a igualdade de gêneros (ela é declaradamente feminista). Em 2002, porém, foi contra a proposta de adoção de crianças por casais homoafetivos, lei que terminou sendo regulamentada em 2005. Em 2018, ela fez uma declaração se desculpando pela postura da época. "Quero ser vista como uma aliada da comunidade LGBT", afirmou.
3. Trabalho antiterrorismo
Como secretária do Interior, cargo que ocupou de 2010 a 2016, Theresa ficou responsável por questões de segurança, imigração e fronteiras e conduziu um trabalho de combate ao terrorismo.
Entre outras ações, foi à Corte Europeia de Direitos Humanos em julho de 2013, e negociou a extradição do clérigo radical palestino Abu Qatada. May conseguiu que ele voltasse para a Jordânia voluntariamente, em um resultado considerado vitorioso. Qatada era acusado de ter relação com células terroristas. Depois de deixar o Reino Unido, foi julgado pelos tribunais jordanianos, que o absolveram.
4. Proposta de lei contra violência doméstica
A primeira-ministra defende a criação de um projeto de lei que cria uma nova definição sobre violência doméstica, que incluiria abusos econômicos e psicológicos.
"Nem todo comportamento abusivo é físico. O comportamento controlador, manipulador e verbalmente abusivo arruína vidas e significa que milhares acabam isolados, vivendo com medo. Então, pela primeira vez, o projeto fornecerá uma definição legal de abuso doméstico que inclui abuso econômico, juntamente com outros abusos não físicos."
A proposta está disponível para consulta pública e ainda não tem data para ser votada.
5. Projeto para encorajar mulheres na política
Foi cofundadora e é ex-presidente do projeto Women2Win, criado em 2005, uma campanha do Partido Conservador para encorajar mulheres a entrarem para a política promovendo eventos e instruindo interessadas em se candidatar ao Parlamento. Theresa fez palestras em nome da campanha, inclusive já como primeira-ministra.
6. Durante tensão política, marido é sua "rocha"
Casada há 39 anos com uma paixão de faculdade, o investidor Phillip May, Theresa disse em novembro do ano passado que o marido era sua "rocha", em um momento de discussões sobre o Brexit, em que começaram a ventilar seu possível impeachment.
Depois de uma reunião tensa de cinco horas, Phillip serviu um copo de uísque à mulher. No outro dia, preparou feijão com torradas e chá, prato comum no café da manhã dos ingleses. "É muito importante ter alguém do seu lado para dar apoio", comentou.
Normalmente, quem cozinha é ela, e por escolha própria. Theresa tem 150 livros de receitas em sua biblioteca e diz que cozinhar é uma maneira de relaxar.
7. Sobre ser mãe: "Gostaria, mas não pude"
Theresa já comentou sobre o desejo não realizado de ter filhos. Em uma das raras entrevistas em que falou sobre o tema, em 2016, ao "Daily Mail", ela disse que o casal quis engravidar, procurou ajuda médica, mas não conseguiu.
E admitiu que sentia falta de ser mãe. "Você olha para as famílias o tempo todo e vê que há algo lá que você não tem", disse. "Vê amigos com filhos crescidos, mas aceita o que a vida dá. Às vezes, as coisas que você queria que tivessem acontecido não existiram e há coisas que você gostaria de ter feito, mas não pode".
8. Na corda bamba do Parlamento
Recentemente, Theresa enfrentou uma prova de fogo dentro do Parlamento. Sua primeira proposta sobre o Brexit, apresentada na terça-feira (15), foi negada por 432 dos 634 parlamentares. Os votos contrários foram dos mais radicais: o partido Trabalhista, contra o Brexit, e a ala xiita do partido Conservador, que quer uma saída sem acordo.
Diante da derrota considerada "humilhante" pela imprensa britânica, foi convocado o que se chama de moção de censura, o equivalente ao impeachment. Por 325 votos contra 306, ficou decidido que May continuaria no cargo de primeira-ministra.
Na segunda-feira (20), ela se comprometeu a criar um novo acordo, que será formulado após conversas com políticos, empresários e sindicatos. Ainda não há data para apresentar um novo acordo, mas a saída do Reino Unido da União Europeia já está marcada para 29 de março. O partido Trabalhista planeja colocar em votação uma proposta para retardar o Brexit caso um novo acordo não seja aprovado até 26 de fevereiro.
9. Perdeu o pai e a mãe aos 25
Filha única, Theresa tinha 25 anos quando o pai, Hubert Brasier, morreu em um acidente de carro. A mãe, Zaidee, que tinha esclerose múltipla, morreu alguns meses depois.
"Gostaria que meus pais pudessem ver isso", disse, ao se tornar primeira-ministra. "Aprendi com eles a acreditar no serviço público e a entender que precisamos agir pelas outras pessoas."
10. Diabetes tipo 1: "Apenas lido com isso"
A doença, que exige injeções de insulina duas vezes por dia, foi diagnosticada em 2013. Ao falar sobre como se sentia em relação à doença, sua resposta foi à la "dama de ferro": "Apenas lido com isso".
Entre outros cuidados, a primeira-ministra declarou que, antes de participar de um debate ou de palestrar em uma conferência, precisa medir o nível de açúcar no sangue para, caso esteja alto ou baixo, seja controlado com uma dose do remédio. Caso contrário, ela passa mal.
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