Chile inicia primeiro ano letivo com escola para crianças transgênero
O Chile agora tem a primeira escola da América Latina para crianças que se identificam como transgênero.
A instituição, batizada de Amaranta Gomez em homenagem à travesti mexicana que hoje é uma das principais ativistas pelos direitos trans no país, foi criada pela Fundação Selenna em abril de 2018 e hoje comemora a entrada do ano letivo de 2019 com 28 alunos matriculados, segundo informações da agência Associated Press.
Os alunos da Amaranta Gomez, localizada em Santiago, têm entre 6 e 17 anos e têm em comum o fato de terem sofrido discriminação e até abuso físico e verbal de colegas em escolas tradicionais.
De acordo com Evelyn Silva, presidente da Fundação Selenna, a proposta da escola é evitar a evasão -- muito comum -- das crianças trans -- que frequentemente faltam às aulas e deixam de concluir os estudos por causa de violência decorrente de transfobia.
"Tentamos reduzir os custos ao mínimo para que [as famílias] não possam dizer que [os alunos] não estão frequentando porque não têm lápis, e isso se torne uma razão para sair da escola", explicou ainda a presidente à agência.
Os professores são voluntários e os custos do primeiro ano letivo foram cobertos por Evelyn Silva e Ximena Maturana, coordenadora da escola. A partir de março, as famílias deverão pagar cerca de R$ 30 por mês de mensalidade.
As aulas acontecem em um espaço emprestado por um centro comunitário na capital e incluem matérias como matemática, ciências, história e inglês, além de oficinas de arte e fotografia.
Os alunos estão distribuídos entre duas turmas que compreendem diferentes séries, de acordo com a sua idade.
Em novembro, o Chile aprovou a Lei de Identidade de Gênero que permite que cidadãos a partir dos 14 anos mudem nome e sexo em documentos oficiais, desde que haja o consentimento de pais ou responsáveis.
*Com informações da agência Associated Press
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