Dor profunda não é normal: 6 erros no sexo anal e como corrigi-los

Mesmo quem já experimentou e até mesmo quem curte sexo anal pode, de vez em quando, sentir aflição e medo de se machucar. Com alguns cuidados e mudanças de comportamento, é possível abrandar essas sensações:

1. Subestimar a falta de lubrificação local

Ao contrário da vagina, o ânus não tem lubrificação própria. Portanto, necessita de uma ajudinha artificial para que o pênis deslize com mais facilidade e não provoque atrito. Um bom lubrificante à base de água faz com que a penetração seja mais tranquila. Em sex shops, há géis próprios para a região, também à base d'água, que contam com ação cicatrizante que vão "cuidando" dos microvasinhos que se rompem durante o sexo. Isso é natural, não se preocupe, e costuma ocorrer também na penetração vaginal.

2. Achar que assim que "entrar tudo" a dor vai passar

Um certo incômodo é normal; afinal de contas, o ânus é mesmo mais apertadinho do que a vagina. Muitas mulheres relatam sentir cólicas, como se estivessem com vontade de fazer o número 2, durante o começo da penetração, mas relaxar — respirando bem — ajuda a passar esse desconforto. Assim, um estranhamento é aceitável e até esperado, principalmente nas primeiras vezes, mas dor profunda, não. Se está doendo muito, pare e volte a tentar outro dia. Insistir ou deixar que o par penetre até o fim não vai amenizar o sofrimento. Há várias possíveis causas para isso, que vão de hemorroidas até ausência de lubrificação e ansiedade.

3. Tentar a posição mais incômoda de todas

Esqueça o vaivém frenético com a mulher de quatro, típica dos vídeos pornôs. Na vida real, essa é a posição menos indicada para a prática, principalmente se você for iniciante na arte do sexo anal. De quatro o pênis entra numa linha reta no ânus - e, ao contrário do que o nome indica, o reto não é reto, e sim curvo. Isso provoca dor. As melhores posições, de acordo com especialistas em sexualidade, são o "papai-mamãe" ou de conchinha - essa, aliás, permite que a mulher controle os movimentos e a profundidade da penetração.

4. Não estar no clima

Se você não está 100% a fim nem se sente preparada para fazer sexo anal, provavelmente a tensão vai deixar sua musculatura contraída e você vai sentir dor. Preocupações com o trabalho, estresse, cansaço, medo, dúvidas, falta de estímulo adequado e até mesmo, no caso de quem já experimentou, ir para a cama com um novo parceiro podem ser os fatores por trás da aflição.

5. Pular as preliminares

Beijos, lambidas, carícias e sexo oral são indispensáveis. Porém, vale a pena também investir em preliminares específicas para o sexo anal. Peça para o par fazer uma massagem no local, usar a língua para excitar ou brincar na região com sex toys ou cosméticos sensuais apropriados: bolinhas lubrificantes, géis do tipo hot ou ice, bullets e cones ou bolinhas de silicone, que vão aumentando de tamanho gradativamente para a mulher se acostumar com o volume. Todos esses recursos ajudam a relaxar e a preparar o corpo para a penetração peniana.

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6. Desprezar o estímulo no clitóris

A grande maioria das mulheres tem orgasmo via clitóris, o principal ponto de prazer do corpo feminino. E ele não deve ser esquecido durante o sexo anal, porque a prática pode e deve ser o mais excitante possível para você. Enquanto o par a penetra, peça que faça carícias no seu clitóris ou use os dedos, ou um bullet para se excitar. Dessa forma, você entra mais no clima e tem maior facilidade para atingir o orgasmo.

Fontes:

  • Carla Cecarello, psicóloga, sexóloga consultora do site C-Date e fundadora da ABS (Associação Brasileira de Sexualidade)
  • Caroline Melo Magnani, ginecologista da Clínica Mais Excelência Médica, de São Paulo (SP)
  • Tatiana Presser, psicóloga, sexóloga e autora do livro "Vem transar comigo" (Ed. Rocco)

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