Cansada do emprego, ela foi fazer doces e criou uma loja que fatura milhões
A administradora de empresas Luana Davidsohn, 59, trabalhava há muitos anos no mesmo cargo e já não sentia mais satisfação com sua rotina. Poucos anos antes de completar 50 anos, ela resolveu arriscar, largar tudo e aprender um novo ofício: foi estudar panificação e confeitaria no exterior. Hoje, ela comanda a Confeitaria da Luana, em sociedade com as filhas Marina, 34, e Julia Zinn, 30, e que faturou R$ 2,5 milhões em 2018. Os planos da família para 2019 são expandir a empresa por franquias e faturar R$ 3 milhões.
Hoje, a confeitaria trabalha com quase 60 produtos na loja do Shopping Vila Olímpia, e na loja de fábrica, em Pinheiros, ambas na Zona Oeste de São Paulo. Mãe e filhas já venderam mais de um milhão de produtos desde a fundação, em 2010. Os mais procurados são os cupcakes, bolos em formato de unicórnio e de chá revelação.
Na cozinha de casa
No início, Luana trabalhava apenas com cupcakes. Era tudo feito na cozinha de sua casa, com um forno antigo e uma geladeira. "Cupcake ainda era novidade por aqui naquela época. Além disso, me fascinava, pois era uma tela em branco. Eu podia brincar com sabores, recheio e textura. Tinha mais liberdade para criar", explica.
À medida que os doces de Luana conquistavam mais paladares, novas portas se abriam e as primeiras encomendas chegaram. Em pouco tempo, ela começou a fornecer produtos para o mercado corporativo.
"Oi, é a Dri"
O novo nicho fez com que o produto chegasse até uma cliente inesperada. Certo dia, enquanto trabalhava, Luana recebeu uma ligação direta no seu celular de uma mulher que havia experimentado os doces em um evento e queria encomendá-los para festas particulares.
A pessoa se apresentou como "Dri" e o apelido não significou nada para Luana. A nova cliente precisou, então, complementar o nome: Adriane Galisteu. A confeiteira não acreditou que a fama de seus cupcakes tivesse tomado tamanha proporção.
A atriz havia experimentado os doces no evento de um fornecedor e pediu o contato. Desde então, Luana já a atendeu algumas vezes.
É hora de empreender
Marina e Julia estudavam e moravam no exterior. A primeira cursava publicidade em Roma e a segunda, gastronomia, em Nova York. As duas desembarcaram no Brasil e, em poucos meses, começaram a ajudar a mãe no negócio que começava a tomar forma.
Poucos dias depois de as irmãs começaram a trabalhar com Luana, uma encomenda inusitada mostrou que era hora de tirar a confeitaria de casa. Um banco pediu 1.200 unidades de cupcakes para o dia seguinte. "Trabalhamos loucamente, mas conseguimos atender. Aí eu vi que não dava mais, minha casa tinha virado um depósito", relembra Luana.
As três partiram para um espaço em Pinheiros, que hoje é a fábrica da marca. "Abrimos uma cozinha para colocar forno industrial. Como o espaço era grande, resolvemos abrir uma lojinha de fábrica", explica Luana.
Um dos clientes corporativos pediu que a confeiteira criasse outros produtos para distribuir a seus parceiros. Foi aí que a Confeitaria da Luana começou a crescer. Hoje ela se autodenomina como "confeitaria especializada em bolos criativos". "Como sou administradora, eu já tinha noção do que envolve uma empresa, mas nunca tinha trabalhado no ramo alimentício. Apesar do desafio, foi uma grata surpresa. Trabalhar em produtos que fazem parte de bons momentos não tem preço", explica.
Franquias
O espaço em Pinheiros existe há nove anos e a loja no shopping há dois. Agora, o plano é levar o conceito para o sistema de franquias. Julia comenta que a expectativa é abrir quatro lojas ainda em 2019, todas em São Paulo, para serem abastecidas pela mesma fábrica, a princípio.
O investimento inicial é estimado em R$ 200.000 e já inclui taxa de franquia, capital de giro e compra de equipamentos. O retorno previsto é em até 24 meses.
Nem tudo são flores
Luana conta que o objetivo nunca foi trabalhar junto com as filhas e que "a coisa foi caminhando dessa maneira". Nesses quase nove anos de sociedade, a confeiteira e as filhas já conquistaram resultados significativos. No entanto, as três precisaram conversar e delimitar limites para que o negócio conseguisse andar.
"Como temos formações diversas, uma acrescenta à outra, mas passamos por fases diferentes. No começo foi mais difícil, porque as áreas não estavam definidas. Então, saíam faíscas. Depois de definidas as responsabilidades de cada uma, alcançamos a complementação", explica.
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