Plantas preservadas: elas não precisam de água nem luz, mas exigem cuidados
Decorar com plantas, além de embelezar o lar e estreitar o contato humano com a natureza, melhora a qualidade do ar que se respira e até ameniza a temperatura interna dos ambientes. Porém, nem todo mundo tem paciência, tempo ou um local apropriado para cultivá-las.
A boa notícia é que os paisagistas desenvolveram as chamadas plantas preservadas, que não exigem grandes cuidados e podem ser vistas nos projetos da galeria acima. "Elas são resultado da transformação de plantas naturais que, tratadas quimicamente, substituem as plantas vivas em ambientes internos de maneira permanente", explica Christiana Marques, porta-voz da Svetlana, empresa especializada em plantas preservadas e paisagismo.
Vale esclarecer que esse tipo de planta não é artificial nem uma espécie viva, embora apresente todas as características reais dessa última.
"Em se tratando de preservação de plantas, primeiro é realizada a desidratação, onde se elimina toda a água que a planta tem para depois fazer a preservação dela com um componente químico que mantém todas as suas características naturais, como formato, textura e movimento", explica Bruno Watanabe, diretor da Vertical Garden, empresa especialista em jardins verticais, paisagismo e jardinagem.
Vantagens e como e onde usá-las
Diferentemente das plantas naturais, as plantas preservadas não fazem fotossíntese, impedindo que cresçam, influenciem a temperatura local ou filtrem poluentes.
Por outro lado, apresentam certas vantagens em relação às plantas naturais. "Não necessitam de regas, luz natural, podas, dispensam preocupação com pragas, melhoram a acústica dos ambientes e ainda apresentam alta resistência a mudanças climáticas e ao ar-condicionado", enumera Christiana.
No Brasil, a técnica de preservação, que surgiu na Europa, precisou ser adaptada para tratar diversas espécies da flora local e atender a projetos específicos.
"Diferentemente da Europa, o clima do Brasil é tropical e não tão rigoroso no inverno e no verão. Por isso, aqui, as plantas preservadas são exclusivas para ambientes internos e fechados, onde não tenha umidade. É possível utilizá-las em jardins verticais, vasos, arranjos e até jardineiras", diz Bruno, revelando que, atualmente, esse tipo de planta é muito procurado por empresas, escritórios, shopping centers, hotéis e demais ambientes fechados e com ar-condicionado.
Em se tratando de plantas para vasos, Bruno sugere buxinhos, cicas e certos tipos de palmeiras. A variedade também é grande em se tratando de arranjos e painéis verticais, onde podem ser utilizados aspargos, avencas, samambaias, folhagens, musgos e flores. Até árvores de 15 metros de altura podem ser preservadas e montadas artesanalmente, diz Christiana.
Quanto custam?
"A planta preservada é mais cara do que uma planta natural. Em se tratando de jardim vertical, por exemplo, por projeto, o metro quadrado custa de R$ 990 a R$ 2.000". Quem responde é o especialista da Vertical Garden, que justifica o preço elevado a uma série de fatores. Entre eles, Bruno pontua todos os cuidados e custos de se manter uma planta, quando natural, saudável e bonita; o processo de preservação, que pode levar 60 dias; a montagem, que é totalmente artesanal, delicada e trabalhosa; eventuais complexidades do local de instalação; as especificações do cliente, pois cada projeto é feito sob medida; além de ser preciso, muitas vezes, adequar o paisagismo a um contexto arquitetônico.
Bruno diz que um vaso custa a partir de R$ 200. Com esse dinheiro, é possível comprar um arranjo ornamental pequeno, composto, geralmente, por samambaias, aspargos ou avencas.
Cuidados e manutenção
Devido ao processo de preservação, a planta se mantém sempre igual, sem alteração de aparência. No entanto, além de exigir um certificado de garantia, o cliente deve tomar alguns cuidados no dia a dia e fazer a manutenção quando ela estiver feinha. "A cada dois anos, dependendo do ambiente e do cuidado da pessoa, uma equipe especializada pode fazer a manutenção, a limpeza e a troca parcial das folhagens. A estrutura da planta permanecerá a mesma e o custo, em média, é 30% o do valor do projeto iniial", explica Christiana, que ainda recomenda não molhar o produto em hipótese alguma, pois, além de estragar, ele pode desbotar e mofar.
Sobre cuidados, Bruno orienta se atentar ao local onde deseja instalar a planta, para que ela não danifique com poeira, vento, luz solar ou com esbarrões e manuseio de pessoas. "É preciso escolher um ambiente fechado, interno, não expô-las ao sol, pois, de certa forma, isso pode provocar alguma alteração de cor na planta, e nem em locais com umidade. Exclua aí banheiros com chuveiro. Já a limpeza pode ser superficial, com espanador, e a manutenção só mesmo para fazer reparos, pois a planta pode quebrar por estar em alguma passagem ou ser tocada", finaliza.
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