Tinder da vida real: perfil de Instagram ganha festa de pegação no Rio
Imagine uma festa com todos os seus matches (e os matches dos seus matches) do Tinder reunidos. Foi mais ou menos isso que aconteceu no último sábado, (09), em Cascadura, no subúrbio do Rio. Uma página do Instagram virou grupo de WhatsApp, que virou Tinder, que virou festa, que, claro, rendeu muita pegação.
A história toda começou no perfil de Instagram @MeuParenteOficial, do empresário Leandro Leal, de 33 anos. Ele diz que não sabe muito bem como foi que aconteceu mas, há alguns meses, começou a receber em seu inbox muitas dúvidas amorosas e sexuais. "As pessoas me perguntavam sobre o namorado, a ficante, o marido, e eu fui respondendo, sempre brincando", conta. Assim, meio sem querer, foi virando conselheiro amoroso.
Se organizar direitinho, todo mundo...
Há um mês, resolveu criar um grupo de Whatsapp, batizado de Parentinder, para solteiros e solteiras, de qualquer orientação sexual, se conhecerem. "Eu só ouvia a galera falando 'caraca, não tem ninguém pra dar uns beijos, fazer um negócio', aí eu falei 'tem sim, vamos organizar direitinho que tem' e resolvi criar o grupo".
E tinha mesmo: desde então, os quase 200 integrantes do grupo, que tem fila de espera para entrar, já deram mais de 80 matches que evoluiram para algo mais quente. A dinâmica funciona como um Tinder mais intimista: você entra, manda uma foto, se apresenta, fala o que está procurando. Se alguém curtir, aborda no grupo, se for recíproco, o papo vai para o privado e aí o desenrolar depende da vontade da dupla. Leandro acompanha tudo de perto.
Do virtual para a pegação de verdade
No sábado, cerca de 100 pessoas estiveram na primeira edição da festa "Parentinder: match ou sai de cima", e a Universa acompanhou o evento. Lá, tinha gente de várias partes do Rio de Janeiro. Todo mundo andava com uma etiqueta com o nome, bem no estilo aplicativo.
Uma integrante, animada, comemorava a noite de sucesso na sexta-feira (08). Um match tinha dado certo. "Fiquei com ele até a hora de vir para a festa hoje. Mas assim, hoje é um novo dia e o que rolar rolou", contou a assistente administrativa Karen, de 30 anos, que, como quase todo mundo, prefere ser identificada para essa matéria só pelo primeiro nome.
Sem compromisso e com todo o respeito
Quase todo mundo no grupo está na mesma vibe de Karen: abertamente querendo pegação e sem muito compromisso, mas isso não quer dizer que todo e qualquer tipo de abordagem seja bem-vinda.
"Eu entrei há pouco tempo e já saí com um cara do grupo essa semana, foi ótimo. Mas teve um outro que me chamou no privado, perguntou se estava tudo bem e como eu fazia sexo oral. Achei nada a ver! Não tenho problema nenhum com sexo casual, mas esse tipo de abordagem não dá nem tesão", opina Raquel, de 31 anos.
De acordo com relatos ouvidos pela Universa, o tal rapaz com quem a Raquel saiu na semana passada marcou com pelo menos quatro meninas no dia da festa. Fomos conversar com ele, que pediu para ser chamado apenas de C.
"Não, não marquei com várias meninas no mesmo lugar, não faria nem sentido fazer isso", desconversou. Quando perguntado sobre o número de meninas do grupo com as quais já havia ficado, ele respondeu "duas". O pagode começou, e, algumas cervejas depois, o número foi retificado. "Oito", afirmou categórico. Leandro, que sabe de tudo que acontece por ali, deu uma nova atualização: "Mentira, foram 12". Aproveitamento altíssimo para os breves 30 dias de interação.
"Houve uma menina na primeira semana que ficou com cinco caras. Isso foi muito importante para eu mesmo parar para pensar, olhar pra mim, para as coisas que eu penso, pro meu machismo e preconceito", diz Leandro.
95% hétero, mas aqueles 5%...
Preconceito, aliás, não tem nada a ver com essa galera. Há cerca de três semanas, Cris entrou no grupo de olho nos rapazes. Viu uma mulher que achou interessante e match: as duas estavam juntas na festa de sábado. "Eu sou 95% hétero, mas aqueles 5%... estou gostando de experimentar, estou aberta pro que vier".
Mas nem só de pegação vive o Parentinder: também tem espaço para quem quer um romance. Quatro casais e um trisal (duas mulheres e um homem) já se formaram por lá e estão em relacionamentos sérios. É o caso da enfermeira Halyne Limeira, de 39 anos, e do agente do Centro de Tratamento de Água carioca Alex Matias, de 35. Sábado, eles estavam no maior chamego depois de saírem algumas vezes.
"Eu falei no grupo que tinha 1,81m de altura e que era difícil achar alguém do meu tamanho", ela conta. Ele respondeu dizendo "Olha, eu tenho 1,86m...". O primeiro obstáculo já estava superado. No privado, eles conversaram sobre a vida, os filhos, o trabalho: deu namoro.
Conselheiro e padrinho de todo mundo, Leandro não pretende parar por aí. Uma segunda edição da festa, bem maior, já está programada para depois do Carnaval e tem mais. "Logo logo vai sair um aplicativo de relacionamentos diferentes", conta. Abre teu olho, Tinder.
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