Como ajudar cães e gatos de rua no verão mais quente dos últimos anos
O calor vem batendo recordes pelo Brasil. Em algumas capitais, os termômetros chegam a marcar mais de 40ºC, e se para humanos é insuportável, imagine para cães e gatos cobertos de pelos e que vivem nas ruas.
Vale lembrar que, além de vira-latas, há animais que são ou descendem de raças de focinho curto (que já respiram com dificuldade em condições normais) ou oriundas de regiões frias, o que os tornam muito suscetíveis a desmaios, convulsões e até morte por hipertermia.
A seguir, veja dicas simples que qualquer pessoa pode tomar para ajudar cães e gatos em situação de abandono e os cuidados para prevenir que sofram com o calor intenso.
Água gelada refresca e dura mais
Carol Tomassini, defensora de animais e idealizadora do Projeto John, criado para ajudar cães e gatos abandonados e ONGs que precisam de recursos financeiros, aconselha distribuir bebedouros pelas ruas; se possível, feitos de materiais reciclados. "Coloque água gelada e algumas pedras de gelo dentro de vasilhas, garrafas pet e canos de PVC; isso evita que esquentem muito rápido", diz Carol Tomassini, que lembra ainda que os recipientes devem ser colocados na sombra para a água demorar a evaporar e limpos e retirados no mesmo dia --inclusive para evitar a infestação de dengue.
Quem tem carro pode levar nele um isopor ou bolsa térmica com garrafinhas ou saquinhos de chupar preenchidos com água gelada. Assim, é possível refrescar e saciar a sede de cães e gatos avistados em estradas desertas. Se o animal for dócil, tente ainda levá-lo para próximo de cidades, onde as chances de sobrevivência, por conta da presença humana, são maiores.
Prefira ração em vez de comida
Em se tratando de alimentação sólida, bichos de rua comem de tudo, ainda mais se estiverem famintos. Porém, se possível, ofereça ração premium ou super premium, que por ser altamente nutritiva pode ser dada uma única vez ao dia. Já a ração de baixa qualidade, apesar de encher a barriga, pode provocar gases que estufam e diarreias muito fortes que resultam em desnutrição grave -- quadro que piora ainda mais sob o sol forte.
Se não tiver dinheiro para comprar uma ração boa, entre em contato com um abrigo ou uma ONG, pois, além de tentarem arranjar pessoas para rachar os custos com você, essas associações podem comprar com o CNPJ delas produtos para animais por preços acessíveis.
"Em se tratando de gatos, uma forma de não serem maltratados por seres humanos é estabelecer um horário fixo para alimentá-los, preferencialmente à noite, pois são animais noturnos", recomenda Maria Cristina Santos, protetora de animais e presidente do Abrigo Animais Aumigos, de Salvador, na Bahia.
Maria Cristina aconselha ainda colocar os pratinhos de alimento e água dos gatos próximos de árvores e arbustos, que funcionam como esconderijos e rotas de fuga desses animais. A ração deles, assim como a dos cães, também deve ser seca, pois os sachês de carne ou restos de comida podem atrair, com mais facilidade, ratos e baratas, que além de comerem esses alimentos, motivam as pessoas a espalharem veneno e a inibirem a ajuda dos defensores.
Banho e tosa representam alívio
Animais de pelo longo e com propensão a embolar também sofrem no verão. Além de passarem calor, o acúmulo de pelos endurecidos pela sujeira pesa sobre seus corpos e pode gerar problemas, como dificuldades de movimento, dermatites e infestação de parasitas.
"Se você encontrar um animal desses, coloque-o numa caixa de papelão recolhida em qualquer supermercado e leve-o para tomar um banho e tosar. Você pode até devolvê-lo no local de origem depois, mas tenha certeza de que ele estará se sentindo muito melhor. É um gesto que não precisa de abrigo nem de ONG para ser feito", comenta Maria Cristina.
Em animais de pelagem curta, se achar que não é preciso dar banho, aplique um produto contra pulgas e carrapatos, que se multiplicam com o calor. O efeito pode não durar para sempre, mas proporciona um conforto a mais durante o verão.
Se avistar um animal com dificuldades de caminhar, por conta do chão quente que pode queimar a sola das patinhas, a dica é borrifar água fria nessas áreas. "Molhe também a barriguinha, a parte inferior, pois isso ajuda a refrescar", comenta a protetora Carol Tomassini.
Se responsabilize pelo animal
Maria Cristina explica que todo caso de animal de rua deve ser divulgado nas redes sociais e compartilhado com o maior número possível de seguidores (o que inclui marcas grandes de ração e perfis de pets famosos) para que ganhem visibilidade e gerem adoções. A defensora lembra ainda que os abrigos, que estão superlotados, não são locais de despacho de cães e gatos, mas sim de ajuda e acolhimento provisório para eles.
"Se não tiver condições de ficar com um animal de rua, trate dele e procure ONGs, abrigos e clínicas, na tentativa de se encontrar um dono ou um lar temporário. Em último caso, coloque em seu pescoço uma coleira de identificação e depois o devolva para uma praça onde seja possível monitorá-lo e cuidar dele com a ajuda de mais apoiadores até encontrar um lar definitivo", conclui.
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