Ele nega ser pai porque não gozou e ela lança livro "Eu Também Não Gozei"
Pronta para lançar seu primeiro livro na FLIP (Festa Literária de Paraty), em julho, a atriz Letícia Bassit está em cartaz com a peça "Eu Também Não Gozei", em São Paulo. O enredo da trama é baseado em fatos reais, que aconteceram com ela, tema que também compõe o livro. O título, Letícia conta, foi inspirado na frase de um cara, com quem ela saiu uma única vez, e de quem engravidou.
"Nós transamos só aquele dia e eu engravidei. Quando descobri que estava esperando um filho, o procurei e ele falou: 'Não é possível que seja meu. Eu não gozei'. Aquilo soou muito forte para mim. Pô, eu também não gozei", diz. O filho de Letícia nasceu há sete meses e, mesmo afirmando categoricamente que não tinha planos de ser mãe, ela diz que a maternidade foi a melhor coisa que lhe aconteceu.
"Eu só queria focar na minha carreira, nos meus projetos no teatro. É claro que ser atriz no Brasil não dá dinheiro, então, mesmo sendo formada pela USP (Universidade de São Paulo), eu precisava dividir minha rotina entre os ensaios, as criações, e um trabalho de terapeuta corporal.
Sempre morei sozinha e, quando engravidei, passei nove meses sem ninguém ao meu lado. Descobri que muitos amigos eram só colegas de cerveja e entendi que a maternidade é bem mais difícil do que dizem por aí.
Conheci o pai do meu filho e ficamos só uma vez. Claro que eu deveria ter me protegido, não ter feito sexo sem camisinha, mas fui irresponsável e assumo essa responsabilidade; inclusive, criando meu filho. Só que quando fui contar a esse homem sobre a minha gravidez, ele duvidou de mim e disse que um filho não o interessava.
Depois dessa conversa, ele sumiu. Me bloqueou em todas as redes sociais, no WhatsApp e, também, meu número de celular. Nunca mais o vi. Quando descobri que estava grávida, o aborto nem passou pela minha cabeça. Eu falava muito, antes de engravidar, que, se um dia acontecesse, eu não pensaria duas vezes e abortaria. Mas, na prática, foi diferente.
Eu senti meu corpo mudar e isso mexeu muito comigo. O começo da gravidez foi delicado, o médico pediu que eu repousasse bastante, e, por isso, fiquei sozinha em casa todos os dias. Quando o risco passou, trabalhei até o último momento. Após dar à luz, voltei para a clínica, mas fui demitida.
Durante a gestação, tive a ideia de escrever o monólogo, misturando a minha história com ficção. Apresentei a peça ainda bem barriguda. Muitas mulheres me procuraram para contar que tinham vivido experiências similares. Com esses relatos, decidi escrever o livro, 'Mãe - Eu também não gozei'.
Ele vai ser lançado na FLIP em julho e em São Paulo, no mês seguinte. Além da minha história, vou contar as de outras mulheres que passaram por situações parecidas. Vou misturar ficção e realidade, como na peça, e entrelaçar nossas histórias. O que eu vivi é muito mais comum do que eu imaginava.
Eu sei que a responsabilidade de engravidar é minha, mas não é 100%, né? Só 50%. E, por ele ser homem, acha que pode fugir dessa responsabilidade. Problema dele. Meu filho é a coisa mais importante que me aconteceu."
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