Está sendo vítima de perseguição no trabalho? Tire a dúvida com 6 sinais
Em ambientes competitivos, sofrer com críticas e ofensas constantes, por parte de colegas ou superiores, tende a ser mais comum. Segundo a master coach Andrea Deis, mestre em Administração do Desenvolvimento de Negócios pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, a perseguição no trabalho, em geral, passa por três dimensões: provocação, punição e exclusão. Ela diz que é importante enfrentar a questão logo no início, para não deixar que se agrave. "Muitas vezes, a pessoa acaba pedindo demissão, por não saber como lidar", afirma.
O único cuidado é se certificar de que a sua percepção sobre o comportamento do outro condiz com a realidade. Para ajustar o seu radar, os especialistas em carreira indicam alguns sinais de que, de fato, você está sendo prejudicado injustamente. Confira.
1. As críticas feitas sempre se baseiam em detalhes irrelevantes
A perseguição é um tipo de bullying corporativo, que pode começar com piadinhas, apelidos e comentários que têm o intuito de constranger, desmoralizar e humilhar. Também é comum que os ataques se baseiem em deslizes comuns ou falhas que nem de longe atrapalham o desempenho profissional. Por exemplo: a pessoa deve chegar ao trabalho às 9h, chega às 9h02 e escuta: "Você está atrasada de novo? É uma péssima profissional mesmo!".
2. Os comentários são ofensivos
Críticas podem servir ao aperfeiçoamento profissional, se forem indicadas falhas passíveis de correção e que, realmente, estão prejudicando os resultados da equipe ou da empresa como um todo, conforme dados apresentados pelo gestor.
No entanto, se os comentários reúnem informações inespecíficas no que diz respeito ao trabalho em si, e são carregados de conteúdo emocional, chegando a ser agressivos, isso pode caracterizar a perseguição. É o que acontece quando questões técnicas não são citadas objetivamente, e o conteúdo das repreensões visa apenas a menosprezar o trabalho.
"O intuito do perseguidor é justamente minar a confiança do perseguido, com o objetivo de que ele desista e peça demissão", diz Liamar Fernandes, master coach da SBCoaching.
3. Há uma tentativa de afastá-lo das atividades que lhe dão mais visibilidade
Nessa fase, o perseguidor começa a usar estratégias para prejudicar de forma mais efetiva o alvo, tentando envolvê-lo em funções burocráticas ou operacionais, que, em geral, não demandam responsabilidade e, como consequência, geram baixo reconhecimento por parte da chefia.
"A proposta é expor e desestabilizar, por isso, o perseguido deve ficar muito atento. Melhor avaliar a situação de forma equilibrada, sem se envolver em brigas", diz Andrea.
4. Outros colegas são frequentemente envolvidos nos conflitos
Quem persegue geralmente busca aliados, pois a ideia não é articular sozinho. Nesse cenário, é comum que aquele que tem a intenção de prejudicar tente induzir outros colegas a partilharem da mesma opinião e, no processo, até se valha de informações que não são verdadeiras. Ao perceber que isso está acontecendo com você, é essencial tomar uma atitude.
5. As provocações são frequentes
De acordo com o consultor César Souza, CEO do Grupo Empreenda, para que haja uma caracterização de perseguição, é importante que os ataques ocorram de forma contínua, sistemática e recorrente. "Nem precisa ser diário, mas algo que se repete com frequência, ao longo das semanas, a ponto de desestabilizar totalmente o funcionário", diz.
6. Como resolver a situação
Para os especialistas, tentar uma conversa com o perseguidor é sempre o primeiro passo. Porém, sem acusações diretas. O ideal é exemplificar com situações que ocorreram e comentar que se sentiu incomodado, pedindo gentilmente que brincadeiras de mau gosto, apelidos e atitudes agressivas como aquelas citadas anteriormente sejam evitadas.
Quando a conversa flui bem, mal-entendidos são esclarecidos e até é possível firmar acordos para conviver em paz. "Porém, se a pessoa ficar na defensiva o tempo todo, tentar se justificar ou continuar culpando o outro por suas ações, deve-se entender que, naquele caso, não existe chance de negociação", afirma Liamar.
Na falta de consenso entre as partes, o único jeito é acionar outras instâncias da corporação: notificar o RH da empresa, ou buscar um Comitê de Ética, se houver, para relatar o problema. Para isso, é fundamental reunir provas documentadas, afinal, esse tipo de acusação não pode ser apenas verbal. "Essa reclamação deve ser pautada em provas, e não em histórias", diz Liamar.
Uma orientação é elaborar um relatório, que reúna uma sequência de situações que justifiquem a perseguição. É importante anotar data e horário em que ocorreram, além de pessoas presentes e que possam endossar a acusação.
Segundo Andrea, há uma tendência em suportar a perseguição e em adiar a resolução do problema, o que é um erro. "É importante se posicionar o quanto antes, mas sem agredir", finaliza.
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