No mês do bacanal, mulheres contam experiências no swing
A partir do dia 16 de março, os romanos começavam as celebrações ao deus do vinho Baco, com rituais regados de música, dança, bebidas, erotismo e subversão. Daí o nome bacanal. A psicóloga Marina Rotty, de 40 anos e há dez frequentando casas de swing com o marido, dá uma passada nessa história no curso que a dupla ministra sobre orgias. Mas para celebrar a data, ela e a produtora de eventos Vanda*, de 44 anos, contam à Universa como entraram nesse mundo:
Nosso casamento cresceu
"Estou casada há 19 anos e eu e meu marido fazemos troca de casais há 10. Nunca tive nenhum tipo de preconceito sobre o tema. Sou aventureira, com vontade de conhecer tudo.
Mas no início, tínhamos vergonha de pronunciar o nome swing. Falávamos: 'Estou pensando em ir num lugar'. A gente já sabia o que cada um queria dizer. Começamos essa conversa quando tínhamos uns 5 anos de casados e só fomos mesmo 3 anos depois.
Visitamos uma casa pela primeira vez e achamos tudo muito maluco e muito errado. Só olhamos os casais e tivemos relação entre nós, com algumas pegadinhas no corpo de outras pessoas. Saí horrorizada. Falamos: "Nunca mais a gente volta".
Me achava doente porque gostava de sexo e queria algo fora do padrão. A gente tem formação católica muito forte, uma família bem religiosa, mas conseguimos superar esse pensamento, estar no meio liberal sem culpa.
Depois dessa experiência, nos sentimos mais à vontade um com o outro. E toda essa ideia nos deixou muito excitados. Nosso casamento renasceu. A gente se falava mais. Eram comentários do tipo: 'Viu o que ela fez? Viu o tamanho daquele pinto?'. Não tínhamos essa intimidade antes.
É muito difícil dar o primeiro passo. É aquela história da sementinha da curiosidade. No meio da transa, meu marido inventava umas histórias. Falava: 'Já pensou se você tivesse outra pessoa aqui pegando no seu cabelo?'. E ia colocando essas fantasias dentro da nossa relação. A técnica que você usa para descobrir o que a pessoa acha do assunto vai de acordo com o que vivem no dia a dia.
Começamos a procurar grupos e encontramos sites de relacionamento. Agora, vamos toda semana. Há dois anos, eu e meu marido começamos um curso. Há ainda falta de informação sobre o meio, e dei umas dicas para uma amiga certa vez. Aí falei para ele: 'É isso que a gente tem que fazer, mostrar como faz'. Ensinamos, inclusive, o que é o bacanal, o que realmente significa a troca de casais."
Marina Rotty, 40 anos, casada há 18
Ele demorou para me convencer
"Meu marido ficou assistindo a cenas de trocas de casal pela internet, durante muitos meses, e insistindo para irmos. Dizia que, se eu não quisesse, não precisava fazer nada. Passamos ainda alguns meses procurando lugares.
Na primeira vez, a gente ficou mais tímido e rolou uma brincadeira só entre eu e ele. E observamos outros casais. Ficamos mais próximos. Essa experiência aqueceu um pouco nossa relação.
A gente vai a esses lugares quando está a fim, de três em três meses. Conhecemos grupos de swing, mas preferimos ir ás casas, porque lá a gente faz e não cria vínculo, não tem contato com ninguém.
Não é um bicho de sete cabeças. No começo, você se retrai, mas se tiver uma pessoa bacana no seu lado, que te apoia, é tranquilo. Mas tem que ir pra curtir. Não pode ter cobrança, porque vai rolar ciúme."
Quem quiser ir, tem que ter muita paciência para convencer o outro, porque não é fácil aceitar.
Vanda, 44, casa há 20 anos
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.