Quer ter mais prazer no sexo? A solução pode estar em um espelhinho
Se o sexo e, principalmente, o orgasmo ainda não são questões bem resolvidas na sua vida, talvez seja hora de voltar algumas casas no jogo do prazer. O objetivo do recuo é bem claro: conhecer seu próprio corpo, descobrir todo o potencial dele e, assim, se tornar responsável por tudo o que conquista na cama. Nessa tarefa, terá apoio de um objeto bem singular: um espelhinho.
"As mulheres crescem sem conhecer o órgão sexual, diferentemente dos homens, que desde meninos têm contato direto, pois o deles está sempre à vista, para fora. A partir do momento que um menino descobre seu órgão, já começa a tocá-lo, acariciá-lo, o que não ocorre entre as garotas, que crescem sem esse contato e são até repreendidas quando flagradas tocando a vulva", pontua Margareth Signorelli, precursora no Brasil em coach de relacionamento e Emotional Freedom Techniques.
Para a especialista, esse autoconhecimento, que no sexo masculino acontece desde cedo, é fundamental. "Quando a mulher conhece seu corpo, ela se desenvolve sexualmente. Tem mais facilidade para ter orgasmo e melhora a comunicação com o par, podendo indicar o que lhe dá prazer", defende.
Segundo ela, 1 em cada 4 homens aprende a se masturbar vendo outro, seja um amigo ou alguém em filmes e vídeos na internet. O material de referência é vasto, cenário bem distinto para as mulheres, que encontram informação limitada sobre sua anatomia.
Não à toa, eles sabem se orientar melhor na masturbação, já que conhecem bem o próprio órgão. Isso também reflete na relação sexual. "A mulher normalmente é mais passiva na hora do sexo e acaba gostando só daquilo que o par lhe proporciona. Mas se ela se conhecer, vai ser a dona do próprio prazer, sem ficar à mercê do outro", opina Margareth.
Antes tarde do que nunca
Se você nunca teve a chance ou mesmo curiosidade de compreender seu órgão sexual, a sugestão da coach de sexualidade é tirar um tempo exclusivo e, com um espelhinho, se autodescobrir. A seguir, Margareth dá dicas e orienta o passo a passo para esse momento só seu.
- Escolha um lugar seguro, com total privacidade e sem riscos de ser incomodada, e que seja bem iluminado. Prepare o local para que se sinta à vontade. Se quiser, recorra a cheiros (incensos, velas, óleos essenciais etc), músicas e outros artifícios que tragam sensação de conforto. "A dica é preparar um ambiente que seja gostoso para fazer amor com você mesma. Pense que está fazendo algo para você em primeiro lugar, para depois ter mais prazer com alguém", diz Margareth.
- Reserve mais ou menos 1 hora para a sessão de autoconhecimento.
- Sentada (na cama, no chão, em uma cadeira?), com as pernas afastadas e um espelho na mão, comece a observar, admirar e entender a estrutura da vulva. "Isso é para se conhecer, anatomicamente. Não é para já sentir prazer. É para começar a se acostumar com o que está vendo e apreciar", pontua a especialista.
- Nessa hora, ter à mão uma imagem que identifique didaticamente as partes pode ser útil. A partir daí, vale tatear e sentir cada cantinho, começando pelo osso púbico (púbis), no alto. Um pouco abaixo está o prepúcio do clitóris (uma parte pequenina do órgão), a única visível externamente), os lábios maiores (ou grandes lábios), onde ficam os pelos de proteção. Identifique os lábios menores (pequenos lábios), mais adentro da vulva. Note a uretra (o buraquinho por onde sai o xixi) e, descendo um pouco mais, o intróito vaginal, que é a entrada da vagina (e onde fica o hímen, antes da mulher perder a virgindade). Por fim, o períneo, que faz a separação da vagina e do ânus. "Tem gente que fala que acha tudo feio, um horror, mas é porque não se conhece", ressalta Margareth.
- A partir do momento que se sente familiarizada e tenha vontade, também pode se tocar diante do espelho. Comece pelos lábios menores, usando os dedos indicador e anelar. Caso queira, adote algum lubrificante para facilitar. Vá percebendo as sensações diferentes em cada área que tocar, inclusive o ânus, o períneo e o canal vaginal. Sentindo-se desconfortável, pare e tente novamente numa segunda ocasião. "O importante é usar o cérebro, que vai te excitar, fazer com que suas glândulas produzam secreção e você fique mais excitada e com mais vontade de se tocar", pontua.
- Uma vez excitada, tateie seu corpo em pontos erógenos, como os mamilos. Pode ser útil ter disponível algum recurso que a excite: um livro erótico, um vídeo ou um filme, por exemplo.
- Siga com a estimulação tocando alternadamente as partes da vulva. Explore todos os pontos, principalmente o clitóris, que apresenta nada menos que 8 mil terminações nervosas -- o dobro identificada na cabeça do pênis, diga-se. Por fim, se sentir vontade de penetração, use seu dedo. "Estimule o clitóris ao mesmo tempo, com a outra mão. Terá muito mais sensações", sugere Margareth.
Para a coach de sexualidade e relacionamento, a masturbação solo é de entrega total. "Quando a gente faz sozinha, não se preocupa se está feia, se a posição é legal, pois não tem plateia. Tudo isso faz relaxar bastante, já que não está preocupada com o que acontece ao seu redor. É você com você mesma", finaliza a especialista.
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