Capitã Marvel e Mulher-Maravilha são mais parecidas do que você imagina
No novo universo cinematográfico da Marvel e da DC, as heroínas Capitã Marvel e Mulher-Maravilha foram as primeiras mulheres a terem suas histórias adaptadas para o cinema. Isso tem gerado diversas comparações entre as duas personagens --e até o desempenho das atrizes-- na internet.
Diana Prince, a Mulher-Maravilha, foi representada pela atriz israelense Gal Gadot, em 2017, e Carol Danvers, a mais nova integrante da saga Vingadores é interpretada pela vencedora do Oscar, Brie Larson. O filme ainda está em cartaz e teve a segunda melhor estreia da história do cinema brasileiro, com 2,9 milhões de espectadores no primeiro final de semana e uma arrecadação de R$ 51,5 milhões.
Para colocar fim à rixa DC e Marvel, a própria Gal Gadot compartilhou uma montagem das duas heroínas juntas, em seu Instagram, desejando sorte à colega. Isso, no entanto, não foi suficiente para acalmar os ânimos dos fãs e até de alguns segmentos específicos da sociedade.
Além do fato de serem as primeiras mulheres de seus estúdios a ganharem uma adaptação, as duas têm muito mais pontos em comum em suas trajetórias. Confira:
Atenção: o texto abaixo pode conter spoilers dos dois filmes.
Enganadas sobre suas origens
Nenhuma delas sabe realmente de onde veio: Diana cresceu como uma amazona em uma ilha isolada do mundo e só sabe sua real origem divina perto do final do filme.
Carol foi sequestrada pelos Kree e treinada para ser uma arma de guerra. Sua história é revelada aos poucos tanto para si mesma, quanto para o público.
Luta contra o machismo
Ambas enfrentam o patriarcado em suas respectivas histórias, de formas diferentes: Diana tem dificuldade de se fazer ouvir em uma Londres que convive com a Primeira Guerra Mundial e, sob o ponto de vista masculino, é tida como louca em diversos momentos por anunciar quem realmente seria o vilão de toda a trama: o Deus da Guerra.
Carol passa a vida toda tendo que provar ser capaz de cumprir tarefas que, até então, se entendiam pertencer ao universo masculino. Enquanto está sob o poder dos Kree, é vítima de abusos psicológicos e pressionada a deixar suas emoções e humanidade cada vez mais de lado. Uma cena emblemática da heroína acontece no fim do filme, quando diz que não é obrigada a provar nada para ninguém, ao derrotar seu antigo mentor, vivido por Jude Law.
Elas não estão ali para agradar os homens
Diana veste um uniforme próximo ao original da heroína, com pouco pano e muitos decotes, mas sua pretensão não é chamar atenção da ala masculina. Embora se envolva amorosamente no enredo, ela deixa claro que seu objetivo é salvar a humanidade da guerra.
Carol não esboça nenhum tipo de interesse amoroso na história, sua busca é de autodescoberta e justiça. Em uma cena do filme, um homem passa uma cantada e pede que ela "dê um sorrisinho". Ela o ignora. Curiosamente, na vida real, as primeiras reações negativas de quem viu o filme é sobre a heroína ser "séria demais".
Alvos de polêmica
Ambas enfrentaram resistência, mas de segmentos diferentes do público. Diana foi criticada por alguns grupos feministas por causa de seus trajes. A diretora do longa, Patty Jenkins chamou as críticas de sexistas.
Ainda antes da estreia do filme, no mesmo ano, a personagem Mulher-Maravilha foi nomeada pela ONU como Embaixadora Honorária para o Empoderamento das Mulheres e Meninas pelas Nações Unidas. Mas o convite foi retirado, pois uma petição on-line a apontava como "sexualizada demais" para ser símbolo de luta contra violência de gênero.
Carol, por sua vez, enfrentou a fúria dos antifeministas incomodados com entrevistas da atriz, Brie Larson. Ela pedia por mais representatividade em filmes de heróis e que não falassem mais apenas para homens brancos. Quando os resultados da bilheteria de estreia foram divulgados, um texto que afirmava "quem lacra, não lucra" chegou a viralizar na internet, de forma irônica.
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