Ela saiu do agreste alagoano para estudar e hoje fatura R$ 3,6 mi por ano
Sanauá Morais Peixoto, 26, cresceu na pequena cidade de Palmeira dos Índios, no agreste alagoano. Há dez anos, ela saiu de sua cidade sem dinheiro, em busca de realizar um sonho e, hoje é dona de uma rede de clínicas de estética no estado, que faturou R$ 3,6 milhões, no ano passado.
Na infância e adolescência, diferentemente das meninas de sua idade, Sanauá sempre tentou enxergar além do que o pequeno município tinha a oferecer. Ela via como modelo de sucesso uma de suas tias, que era biomédica e já tinha uma clínica própria. "Vou ser como ela", pensava.
Ao completar 16 anos, Sanauá decidiu que partiria para a capital do estado, Maceió, para seguir os passos da tia. "Meus pais me apoiaram inicialmente, pois acharam que realmente haveria possibilidade. Mas, quando viram o valor da mensalidade, tentaram me desestimular, queriam que eu voltasse". Tarde demais. Sanauá estava apaixonada pela cidade grande.
Quase desistiu de tudo
A graduação custava R$ 622 mensais. Nos seis primeiros meses, Sanauá afirma que a faculdade "não viu a cor do dinheiro". Ela morava com uma tia na capital e, quando percebeu que não conseguiria um emprego tão facilmente, resolveu voltar para sua cidade.
Ela havia sido aprovada em todas as matérias, mas acreditava que não conseguiria continuar o curso. Até que sua tia entrou em cena. "Ela percebeu que eu realmente tinha interesse e, no último dia de fazer a matrícula, pagou tudo".
Três tias passaram a depositar R$ 100 mensais para ajudá-la e o pai fazia o mesmo quando podia. "Fui correr atrás do restante para comer, tirar xerox dos materiais e pagar os estudos", explica.
Sanauá conseguia complementar o valor com a venda de sapatos de porta em porta. Ela arrumou o trabalho com a ajuda de sua meia-irmã, que morava em Maceió e que, além do emprego, lhe cedeu abrigo nesse período.
Do primeiro salário ao sonho do negócio próprio
Dois anos depois, Sanauá conseguiu emprego como vendedora em uma loja de moda masculina. "Estudava de manhã e trabalhava de tarde até à noite. Nessa época, comecei a pagar a faculdade e já estava morando com minha irmã". Ela precisou continuar a vender sapatos para complementar a renda e conseguia cerca de R$ 1000 por mês. Nessa época, a família já não ajudava mais com os custos da graduação.
Foi nessa época que ela conheceu o atual marido, que era bombeiro. Assim que terminou a faculdade, eles alugaram uma casa em um bairro humilde da cidade, mas com a rotina, só se viam à noite. "Quando me formei, comecei a trabalhar com análises clínicas e a ideia de ter o próprio negócio começou a passar pela minha cabeça". Esse desejo só aumentou com o nascimento de sua primeira filha, em 2015.
Tudo ou nada
Sanauá e o companheiro conseguiram conquistar um apartamento e um carro. Em 2016, menos de um ano depois do nascimento do bebê, decidiram que era hora de arriscar tudo.
Ela apostou no que queria, com apoio do marido: "Vendemos o apartamento e o carro e financiamos uns mais simples para poder investir na primeira franquia".
Ela conseguiu levantar R$ 100 mil e comprou a primeira franquia de uma clínica chamada Emagrecentro. O negócio teve mais demanda do que ela imaginava, faturando R$ 45 mil logo no primeiro mês. Em setembro do ano seguinte, abriu a segunda unidade.
Volta às origens
Sanauá tem certeza que esse valor crescerá em 2019, porque acaba de abrir as portas da sua terceira unidade, dessa vez em Palmeira dos Índios, onde tudo começou. Há dez anos, a empreendedora vendia sapatos de porta em porta para pagar a faculdade e hoje emprega quase 40 pessoas.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.