"Fiquei em choque": homem é flagrado se masturbando em biblioteca de SP

Era para ser só uma tarde de estudos, mas duas moradoras de São Paulo acabaram passando a tarde da última sexta (15) em uma delegacia. Tudo começou quando elas chegaram à biblioteca Mário de Andrade e toparam com um homem que se masturbava.

"Eu fiquei em choque", relembra Fernanda Aguiar, 21. A estudante foi a primeira a flagrar Carlos Aparecido Motta, 48, se masturbando enquanto assistia a um desenho animado em um pequeno computador. Ele estava sentado em uma das mesas do local e não parecia preocupado em esconder o que estava fazendo. Fernanda havia chegado um pouco antes de sua professora particular de inglês, Melissa Martins, 22, quando se deparou com o homem com o pênis para fora.

Seguranças ajudaram vítimas; homem ainda estava com a calça abaixada

As duas chamaram os seguranças da biblioteca, que chamaram a polícia militar. Segundo o boletim de ocorrência, Carlos ainda estava com a calça arriada quando foi abordado. As duas e o homem foram parar no 3º Distrito Policial de Campos Elíseos.

Após aguardar por três horas na delegacia, o suspeito foi indiciado por ato obsceno, considerado de menor potencial ofensivo e foi liberado. "Nós fomos liberadas ao mesmo tempo e nos escondemos para que ele não nos visse", diz Fernanda.

A aluna e a professora acreditaram que o caso seria enquadrado no crime de importunação sexual, com pena de um a cinco anos de prisão. Porém, na interpretação do delegado, Carlos não atacou ou ameaçou uma pessoa para ser enquadrado na lei que está em vigor desde setembro do ano passado.

...e foi liberado

No fim das contas, o caso foi registrado como ato obsceno, crime com pena três meses a um ano. Por ser considerado pela legislação como de menor potencial ofensivo, ele foi liberado após a assinatura de um termo.

Segundo o boletim de ocorrência, o suspeito trabalha como vigilante e mora na zona leste. A Universa não conseguiu localizar o suspeito. No documento, ao qual Universa teve acesso, ele nega as acusações.

'Voltar ao local é estranho'

Apesar de se considerar bem amparada pela equipe da biblioteca, Melissa ficou abalada. "Eu fiquei até meio traumatizada. Sempre frequentei aquela biblioteca. É uma sensação muito estranha que isso aconteça em um lugar supercomum a você. Tive que voltar lá na semana seguinte e fiquei até meio assim [preocupada]", desabafa a professora de inglês.

A biblioteca Mário de Andrade tem o segundo maior acervo público do país e é uma das mais renomadas da América Latina. Fundada em 1925, fica na região central de São Paulo e tem mais de 50 mil itens só na coleção de obras raras.

Em nota, a Secretaria Municipal de Cultura, que administra a biblioteca, afirma que reforçou a segurança e instalou mais um controle de acesso para saber quem entra e sai.