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Gravadora promove maratona para ampliar número de mulheres na música

Adriana Calcanhoto é uma das artistas da Sony - Tomás Pinheiro/Divulgação
Adriana Calcanhoto é uma das artistas da Sony Imagem: Tomás Pinheiro/Divulgação

Luiza Souto

Da Universa

22/03/2019 04h00

De hoje (22) até domingo experts em tecnologia se reúnem no Rio de Janeiro em um evento que tem o objetivo de aumentar a participação da mulher na indústria da música. A proposta é da Sony Music, que tem nomes como Adriana Calcanhoto, Karol Conka e Mallu Magalhães entre seus contratados.

Pesquisadores da USC (University of Southern California) levantaram as canções listadas entre as 100 mais populares pela Billboard, de 2010 até 2018, e perceberam que a taxa de representatividade é de três homens para cada artista feminina.

No Brasil, a participação delas também é pequena no meio. As mulheres cadastradas na UBC (União Brasileira dos Compositores) estão em 8%, e elas representaram 10,4% das indicações ao Grammy, entre 2013 e 2019. Dentro do universo de contratos artísticos e de licenciamento da Sony Music, o percentual de artistas mulheres é de 29% -- sem contemplar os artistas distribuídos.

Para a representante de RH da Sony Music Bruna Araújo, os dados são reflexo do que acontece em todos os setores da sociedade, e uma mudança nesse cenário, avalia ela, deve começar dentro da empresa:

"Estou há oito anos na Sony, e quando entrei eram oito diretores homens. Hoje são quatro para quatro. Quando se coloca mais mulher no poder, transformações acontecem. Foi uma mudança genuína, e com mulheres que mereceram estar ali".

As mulheres dominam no número de participação no evento: foram 103 cadastradas num total de 185. Até domingo, os profissionais terão palestras e debates sobre a presença feminina no mercado da música e consumo. Formarão ainda grupos para trabalhar numa proposta. Os prêmios vão de R$ 2 mil a R$ 8 mil, além de bolsas em cursos. As ideias desenvolvidas serão analisadas e não ficarão presas à Sony, conforme explica Bruna.

"O objetivo é ajudar a mudar esses números apresentados", finaliza ela.