Deputadas vão decidir as principais representantes das mulheres em Brasília
Nesta e na próxima semana devem ser definidas as principais pautas e deputadas que estarão em defesa de leis em prol da mulher na Câmara dos Deputados, em Brasília.
Em entrevista à Universa, a deputada federal Luísa Canziani afirma que vai reunir deputados e deputadas na quinta-feira (28) para formatar o funcionamento da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher, criada em 2016. No último dia 14 de março, Canziani foi eleita presidente da comissão.
"[Na quinta-feira vamos nos reunir] para que a gente defina quais serão as diretrizes do nosso trabalho neste ano. Vamos construir quais são a visão, missão, os valores e o planejamento estratégico que vão definir nossas diretrizes de trabalho e atuação da comissão", diz.
As comissões da Câmara discutem e votam projetos de lei. Uma vez aprovada pela comissão, os projetos podem ser discutidos e votados por todos os deputados federais em plenário, até mesmo se tornar efetivamente uma lei.
Bancadas temáticas repetem estratégias
Deputados das bancadas evangélica e da bala têm usado a comissão da mulher para defender o "estatuto do nascituro" e leis de endurecimento ao aborto legal.
Os deputados Capitão Augusto (PR-SP), membro da bancada da bala, e Flordelis (PSD-RJ), cantora evangélica, já fizeram requerimento à comissão para discutir temas relacionados à interrupção da gravidez e proteção ao feto.
Atualmente, o aborto é permitido apenas se há risco à mulher, for fruto de estupro ou de fetos anencéfalos.
Apesar disso, os dois deputados não compareceram à primeira sessão nesta quarta (20).
Em vez disso, a sessão contou com participantes já carimbadas na comissão, como Erika Kokay (PT-DF), e da estreante na câmara Sâmia Bomfim (PSOL-SP), que discutiram pautas como combate à violência contra a mulher.
Bancada feminina se forma na Câmara
As chamadas "bancadas" da Câmara são simbólicas, mas estratégicas para a defesa de pautas em comum dos parlamentares. É o caso da bancada da bala, evangélica, agricultura e também da mulher.
Neste ano, a bancada feminina será a maior da história, com 77 deputadas eleitas. A bancada une parlamentares de diferentes partidos e ideologias desde a abertura democrática. Em comum, defendem pautas como a violência doméstica, igualdade salarial e inclusão das mulheres na política.
O Democratas, por meio da deputada Professora Dorinha, articula uma frente com PSOL, PP, PT e Pc do B para assumir o núcleo da bancada. Por fora, PSL, partido do presidente Jair Bolsonaro, costura uma frente mais conservadora para assumir temas da bancada feminina, segundo informações da "Folha de S. Paulo".
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