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Ela e 4 amigos abriram uma rede de frango frito que fatura R$ 18 mi ao ano

Luciana Sarres é diretora financeira e sócia da N1 Chicken - Arquivo Pessoal
Luciana Sarres é diretora financeira e sócia da N1 Chicken Imagem: Arquivo Pessoal

Marcelo Testoni

Colaboração para Universa

29/03/2019 04h00

Frango frito temperado, acompanhado de polenta, batata, arroz branco e purê de aipim, que também pode ser frito, fazem parte do cardápio de sucesso da empreendedora carioca Luciana Sarres, 36. O menu, que pode ser montado de acordo com a vontade do cliente, é vendido em combos tamanho P, M, G e GG e tem preço que varia de R$ 24,99 a R$ 89,99.

"Antes de pensar em vender comida e abrir o meu próprio negócio, eu trabalhava com gestão de pessoas, administração e coordenação de finanças. Fui supervisora de call center de uma operadora de planos de saúde e supervisora de monitoramento em uma empresa que faz tornozeleiras para presos", relembra Luciana, que hoje é diretora financeira e sócia da N1 Chicken, empresa brasileira especializada em delivery de frango frito no segmento fast food.

Unidos pela vontade de empreender

Segundo Luciana, a vontade de empreender sempre existiu, mas começou a amadurecer cinco anos antes da fundação de sua marca, que ocorreu em 2017. Nessa época, ela e mais quatro amigos, todos homens, resolveram se unir e somaram suas economias pessoais para investir em um segmento que tivesse potencial para crescer e desse a eles estabilidade financeira.

"Economizo desde que iniciei minha carreira profissional, com o objetivo de empreender. Junto com meus amigos, chegamos ao valor de R$ 240 mil, que foi nosso investimento inicial para o negócio", explica Luciana, afirmando que, além de dinheiro para montar o ponto, contratar três funcionários e comprar maquinário próprio e produtos, o time precisou estudar, cada integrante em uma área, para criar a rede.

Dois dos quatro amigos e sócios de Luciana, para terem noção de gerenciamento de negócio, chegaram a abrir uma franquia de uma companhia já consolidada no setor de alimentos. "Nós cinco trabalhamos juntos nessa franquia, que durou um ano e meio. Eu participava desenvolvendo atividades administrativas e financeiras", comenta Luciana.

Mapa da Mina - Luciana, da N.1 Chicken - Arquivo Pessoal - Arquivo Pessoal
A N1 Chicken cresceu e se tornou franqueadora em 2018
Imagem: Arquivo Pessoal

Dessa experiência surgiu a N1 Chicken. Aberta em Vitória, no Espírito Santo, a empresa tem hoje uma loja piloto aberta para a clientela e, no ano passado, se lançou como franqueadora, tendo aberto em seis estados do Brasil 25 unidades e com expectativa de chegar a mais de 100 este ano. A fórmula certa, explica Luciana, foi alcançada depois de um ano inteiro marcado por testes envolvendo uma produção superior a uma tonelada de frango.

Ela abriu mão da licença-maternidade

Nem mesmo uma gravidez durante o processo de expansão da empresa foi capaz de frear Luciana. No ano passado, imersa em planos de transformar a marca em uma franqueadora, ela decidiu abrir mão do direito à licença maternidade. "Eu não queria me ausentar da N1, pois idealizamos essa etapa juntos. Sabia que seria importante para nós que eu estivesse envolvida e não me sentiria satisfeita se não fizesse parte desse momento. A decisão veio após eu descobrir que estava grávida. Como tenho outros dois filhos, sabia que não seria fácil, mas que eu conseguiria conciliar os cuidados com o bebê e continuar exercendo o meu cargo", afirma.

Luciana conta que, àquela altura, a rotina da maternidade já não era uma novidade para ela. "Quanto mais determinadas estamos, mais isso reflete em nossos filhos. Se eles nos veem felizes, também se sentirão assim. Por isso é importante conversar com eles e demonstrar que o trabalho também está sendo importante para nós, que isso nos traz uma satisfação. Confesso que tive momentos cansativos, de desgaste, mas, com o apoio de pessoas próximas, determinação, amor pelos meus filhos e paixão pelo trabalho, deu tudo certo", completa.

Meta: expandir, investindo menos

"Hoje, para ser nosso franqueado, é necessário investir R$ 60 mil, que corresponde ao valor médio de faturamento mensal de cada franquia. O retorno para esse valor é de nove a 16 meses. A projeção para 2019 é que a rede alcance um faturamento anual de 25 milhões", informa a empreendedora.

Para manter o ritmo de crescimento, ela e os sócios apostam em manter sempre ativas as redes sociais e aprimorar o delivery, que para atrair novos franqueados tem um modelo mais simples de operação, requerendo, por exemplo, um espaço de funcionamento mínimo de 30 m². Somado a isso, como não há obrigatoriedade em oferecer um atendimento presencial aos clientes, os interessados nesse tipo de franquia podem buscar um ponto comercial em uma região menos disputada ou com alugueis mais baixos, por exemplo.