Conversas sobre finanças em casal são essenciais para relação saudável
Pensa em falar sobre grana no casamento e já dá aquela agonia de saber que aí vem treta? Isso é comum, mas relacionamentos saudáveis são baseados em pilares que vão do amor e admiração ao respeito e transparência. Isso envolve diferentes aspectos da vida a dois, inclusive o financeiro.
Pode suspirar e se sentir cansada só de pensar, mas todo casal precisa ter uma conversa sincera sobre finanças, garantindo, assim, que a relação não seja condenada ao fracasso desde cedo.
O médico psiquiatra Mario Louzã pontua que o dinheiro acompanha a história da humanidade, quase sempre de forma conflituosa. "Causa de disputas e guerras, ele significa poder, domínio, meio para subjugar o outro, mantê-lo dependente, manipulá-lo e obter o que se deseja", comenta.
Hábitos do passado
Segundo o especialista, todas essas características podem estar presentes numa relação conjugal. "Por muito tempo, a atividade da esposa se limitava a cuidar do lar e dos filhos. O marido era o provedor da casa, direcionando o uso do dinheiro conforme julgasse correto", justifica.
À medida que ambos passaram a trabalhar e a gerar dinheiro, a decisão sobre como direcionar gastos e economias passou a ser discutida e negociada entre os dois. É aí que entram a importância da transparência conjugal e a necessidade de uma visão alinhada.
Heloísa Capelas, especialista em inteligência emocional e diretora do Centro Hoffman, reforça que o dinheiro é fundamental para o casal, mas "em hipótese alguma pode virar subterfúgio para que um seja mais, mande mais ou prevaleça sobre o outro". "Isso trará desequilíbrio ao casal e, certamente, vai ameaçar a qualidade da relação", avisa.
Não só isso, Heloisa destaca três importantes fatores decorrentes do lado financeiro bem resolvido:
1. Casais honestos sobre finanças constroem relações mais estáveis, já que não há segredos e os objetivos (individuais e em conjunto) são bem definidos.
2. Parceiros que são mais transparentes tendem a ser mais seguros, pois encontram no outro o parceiro leal para seus planos.
3. Quem conversa sobre grana com franqueza pode negociar melhor dentro da relação, de forma que as condições monetárias e os objetivos dos dois sejam respeitados.
Um guia para não brigar por causa de grana
A seguir, apresentamos dicas que podem ser adotadas, caso a questão financeira não esteja bem resolvida no dia a dia conjugal. Vale reservar um dia para conversarem sobre o assunto, mesmo se o relacionamento está rolando há anos.
? Decidam, juntos, o que faz sentido para os dois. Sinceridade é palavra-chave. Compartilhem desejos individuais, bem como o que consideram gastos importantes e o que não gostariam de abrir mão. Ao mesmo tempo, apresentem o que topam cortar de supérfluo, para que consigam focar no objetivo em comum.
? Definam como vão lidar com a grana no dia a dia. Um dos dois vai cuidar das contas e investimentos ou se vão adotar um gerenciamento compartilhado? As despesas serão unificadas e dividida ou cada um vai se responsabilizar por determinados gastos ou, ainda, pagar proporcionalmente, de acordo com o salário que recebe? Vão adotar uma conta corrente conjunta e um cartão de crédito para os dois ou cada um cuidará das suas movimentações? Se decidirem agregar, isso exige maturidade e acompanhamento, sobretudo se um dos dois se excede, faz algum gasto desnecessário e tal comportamento provoque rusgas, com um jogando a culpa e a responsabilidade no outro.
? Sejam 100% transparentes. A partir do momento que decidirem reunir ganhos e dividir despesas, adotem uma postura de transparência integral. É preciso deixar claro o quanto recebem mensalmente e relatar ganhos extras eventuais, de modo que ambos saibam o total de entrada financeira para se organizarem. Ou seja, requer confiança mútua.
? Criem uma planilha de orçamento. Por mais enfadonho que seja, é a melhor maneira de esmiuçar ganhos, despesas, investimentos etc. Nela, devem constar informações importantes, como a distribuição dos gastos e contribuições de cada um. É necessário considerar no planejamento orçamentário uma quantia para emergências ou gastos imprevistos. Por último, mas não menos importante, não deve ser ignorado o prazer que há na vida em casal. Ou seja, salvar uma parte do orçamento para o lazer é de extrema importância para a vida a dois.
Fontes: Heloísa Capelas, especialista em inteligência emocional e diretora do Centro Hoffman; Luiz Francisco Jr., psicólogo e professor da Fadisp; Mario Louzã, médico psiquiatra; Sueli Teixeira, psicóloga e terapeuta familiar.
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