EUA impõem 250 restrições ao aborto somente em 2019, informa relatório
Legisladores da ala conservadora de 41 estados norte-americanos produziram 250 projetos restringindo o acesso ao aborto apenas nos primeiros meses de 2019. Nos EUA, o procedimento é legalizado desde 1973. Os dados constam no relatório divulgado nesta semana pela Federação de Paternidade Planejada da América e pelo Instituto Guttmacher, especializada em direitos reprodutivos da mulher.
Entre as medidas estão os limites de medicamentos para o aborto e restrições que determinam em que ponto de sua gestação a mulher pode interrompê-la. Estas medidas levaram a um aumento no número de "desertos abortivos", lugares para onde se viaja mais de 100 quilômetros para ter acesso aos cuidados necessários. Pesquisas americanas apontam que esses "desertos" existem em todas as regiões do país, exceto no Nordeste dos EUA, composto por nove estados como Connecticut, New Jersey e New York.
Ao site "Refinery29.com", a gerente sênior do Guttmacher Institute, Elizabeth Nash, afirmou que ativistas e políticos antiaborto "deram um grande impulso a sua agenda de décadas para proibir o aborto por meio de uma série de proibições cada vez mais radicais e perigosas", e ainda que "o aumento nas tentativas de proibir o aborto nos primeiros estágios da gravidez mostra que o objetivo final dos políticos e ativistas antiaborto é proibir o procedimento".
Sete estados americanos adotaram medidas que baniriam totalmente o aborto. Só neste mês de março, Kentucky e Mississippi assinaram suas respectivas proibições à chamada "conta do batimento cardíaco", quando a interrupção da gravidez é proibida assim que um batimento cardíaco fetal é detectado. A Geórgia deve assinar lei semelhante em breve. No total, uma dúzia de estados considerou este tipo de medida desde janeiro, apesar de os tribunais declararem inconstitucional. Defensores dos direitos reprodutivos dizem que essa onda provavelmente continuará.
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