"Glamurosas": 28 mulheres gordas se reúnem em SP pra trabalhar autoestima
Um grupo de 28 mulheres de Tambaú (SP), tem feito sucesso no município de 23 mil habitantes. Elas, mulheres gordas, resolveram se ajudar a desenvolver a autoestima em encontros coletivos. Neles, elas passam o dia contando suas histórias, conversando e rindo, e comem o que quiserem - sem pressões com dieta.
A reunião, que acontece semanalmente, também questiona os padrões de beleza impostos pela sociedade. As mulheres promovem diversas atividades que ajudam a valorizar a beleza feminina, como desfile de moda e ensaios fotográficos. Mas o maior objetivo é a igualdade. "Queremos um lugar na sociedade, pois toda mulher tem seu valor", frisa Rose Bascktage, que idealizou os encontros. É na casa dela que as participantes se reúnem, mas a maioria dos convites é feito pela internet.
"Tive dificuldade de aceitar como sou. Mas quando comecei a dizer que o corpo é meu, e que é assim que eu sou, muita coisa melhorou. Foi aí que pensei: se eu tive dificuldades, com certeza alguém ao meu redor também tem. Comecei reunir amigas, perguntar isso para elas, e constatei que não era só eu que tinha problemas com a aceitação, que ficava mal com a opinião das outras pessoas, que se sentia mal ao vestir uma roupa", conta a idealizadora, Rose Backstage.
Ela diz que precisou de pessoas que a colocavam para cima. "Foi aí que decidi levar essas palavras adiante, para quem ainda tinha problemas aprender a se aceitar como é", conta.
As 'Glamurosas' como se chamam, começaram as reuniões no começo de 2019. Para participar, a pessoa precisa, pelo menos uma vez na vida, ter sido questionada por não ter um corpo dentro do que se entende por padrões perfeitos.
Aos poucos, uma foi entendendo as dores da outra e a união fez com que elas conseguissem fortalecer o amor próprio. "O preconceito às vezes vem oculto. Pessoas chegam e perguntam: você tem um rosto lindo, porque não emagrece mais um pouco?", contou Bárbara Puppo, Miss Plus Size Tambaú.
Rose diz que teve o apoio do marido. "Ele me ajudou muito, sempre com palavras de aceitação. Quando eu vestia uma roupa e não gostava, ele vinha dizer que estava boa, bonita e que eu não deveria trocar."
"Se aceite do jeito que você é, não tente se encaixar nos padrões de beleza que a sociedade impõe", aprendeu Bárbara.
Venceu a depressão
Com a aceitação, muitos outros problemas são superados. Os diálogos já deram resultado na vida da Thamires Thomé, que venceu a depressão após conhecer outras mulheres que não se importam com as críticas. "Minha autoestima era muito baixa, me achava muito gorda, e por isso, não gostava de praticamente nada. Colocava uma roupa e não me sentia bem, na maioria das vezes não encontrava nas lojas e saia chorando", destacou.
Aceitação, levantar a autoestima umas das outras, como acontece nas sessões fotográficas e desfiles. Elas costumam dizer que "Gordas também podem" fazer aquilo que as outras mulheres fazem. "Não há diferença! O importante é se sentir bem", elas dizem.
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